24/02/2020 A redução na venda das cartelas de estacionamento rotativo poderá determinar o encerramento do projeto até o final deste ano.
A redução na venda das cartelas de estacionamento rotativo da chamada zona azul poderá determinar o encerramento do projeto até o final deste ano, segundo informou o presidente da Legião Mirim, Diego Saia.
Para Saia, um dos principais motivos que poderá causar o fim do projeto assistencial é a falta de conscientização de alguns motoristas, lojistas e de servidores públicos responsáveis pela fiscalização dos veículos estacionados nas áreas demarcadas na região central da cidade. "Não temos o apoio necessário por parte de algumas pessoas e de determinados lojistas, que não conseguem entender que o fim da zona azul pode prejudicar até os seus negócios”, afirmou.
De acordo com o presidente da entidade, os clientes terão ainda mais dificuldade para encontrar vagas para estacionar na região central da cidade. Ao mesmo tempo, a Legião Mirim terá que realizar novas demissões em um momento que o município já sofre com a falta de emprego. "Os salários voltam para a economia local”, afirmou.
Segundo levantamento realizado pela Legião Mirim, o fim do projeto zona azul resultará no desligamento de 63 funcionários, comprometendo a renda e o sustento familiar. "Se a arrecadação continuar da mesma forma, apesar de todos os nossos esforços e dedicação para honrar nossos compromissos, o projeto poderá ser mantido somente até o final deste ano”, afirmou. "Nosso objetivo não é financeiro. Queremos manter essas famílias empregadas”, acrescentou.
Saia explicou que existe total descaso por parte de alguns agentes de trânsito na fiscalização dos veículos estacionados sem as cartelas. O efetivo é extremamente baixo.
De acordo com o presidente da entidade, o projeto possui apoio da prefeitura, que busca aumentar essa fiscalização. Segundo ele, o que falta é um pouco mais de conscientização por parte de algumas pessoas. "Se hoje encontrar uma vaga de estacionamento já não é fácil, sem a zona azul será ainda pior. Muitos lojistas não pensam nesse sentido e eles mesmos vão sentir esses efeitos na pele. Isso não é fantasia, é realidade”, afirmou. "São pequenas atitudes como essas que fazem muitos tupãenses buscarem outros centros comerciais em outras cidades”, desabafou.
Vale lembrar que sem a rotatividade do estacionamento na região central da cidade, os consumidores terão ainda mais dificuldade para realizar as compras no comércio. Se cada empresa na Avenida Tamoios tiver pelo menos dez funcionários estacionando seus veículos próximo aos locais onde trabalham, não haverá espaço para os clientes, o que exigirá novos gastos com estacionamentos e garagens particulares.
Vale destacar também que a Legião Mirim possui outros projetos, além da zona azul, como a oferta de cursos gratuitos para menores aprendizes. Caso a zona azul encerre os seus atendimentos, a diretoria da entidade irá analisar o futuro dos seus trabalhos. "O impacto para manter a zona azul é muito grande”, afirmou Saia.
O declínio do projeto começou após decisão judicial há cerca de três anos, que proibiu a entidade de contratar menores aprendizes para realizar o trabalho de venda de cartelas. Para manter o projeto, a entidade demitiu os menores aprendizes e contratou maiores de idade. A nova forma de contratação aumentou os encargos trabalhistas, que também tiveram reajustes, trazendo novos impactos financeiros para manutenção do projeto.