Paineira Tupã

Quarenta e um profissionais da área da saúde estão afastados de suas atividades por suspeitas de contaminação pelo novo coronavírus, em Birigui (SP). Nas estatísticas oficiais, mais da metade dos casos de covid-19 confirmados no município é de trabalhadores do segmento – 45 do total de 83, o equivalente a 54% * . Outros 22 aguardam resultado de exames. Os números foram divulgados pela Prefeitura nesta sexta-feira (12), com base nas informações da Santa Casa de Birigui, que gerencia também o pronto-socorro municipal. De acordo com o município, são 29 funcionários da Santa Casa afastados, sendo 12 deles com exames laboratoriais confirmando a contaminação. Uma profissional está intubada. No pronto-socorro, são 12 os afastados. Denúncias A reportagem recebeu denúncias de falta de assistência para os trabalhadores. A informação é de que até o início de mês, não havia EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para todos os setores do hospital, sendo liberados os equipamentos apenas para os que atuam no setor de covid-19 e UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "O restante só tem a máscara cirúrgica, sendo que no início da pandemia a máscara também era proibida. Tinha que ter autorização do chefe do setor para usar”, informou um dos denunciantes, que atua na área de enfermagem da Santa Casa. Outro trabalhador afirma que quase todos os funcionários da UTI apresentam sintomas da covid-19. Apenas parte deles fez teste rápido e voltou a trabalhar, mesmo com sintomas. Só são afastados os que estão mais graves ou tiveram resultado positivo do instituto Adolfo Lutz. Ainda assim, não há assistência médica. "De jeito nenhum. Parece uma fábrica que não pode parar”, respondeu ao ser questionado se todos os trabalhadores com sintomas são submetidos a testes. Um dos denunciantes conta que trabalhou vários dias mesmo estando com sintomas da doença, colocando a família dele em risco. Só depois foi afastado. Ele acredita que a contaminação ocorreu fora do setor de covid-19. Nega A Santa Casa informa que as denúncias não procedem. Afirma que todos os funcionários recebem seus EPIs e assinam documento de recebimento. Afastamentos preocupam sindicato O Sinsaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Serviços de Saúde) de Araçatuba e Região diz que está atento à situação de Birigui e que o número de profissionais afastados por suspeita ou contaminação pelo novo vírus preocupa. Segundo o vice-presidente Natalício Valério da Silva, a estimativa é de 10% de contaminação no quadro da Santa Casa e pronto-socorro (o sindicato estima que são cerca de 400 trabalhadores nas duas unidades), percentual considerado elevado, lembrando que, assim como em todo o País, falta testagem. "Vai chegar um momento que não vai ter profissional para atender, pois eles não conseguem repor e estão colocando os que estão bem para aumentar a jornada. Esse é outro grande problema, pois sobrecarrega os que ficam”, diz. Sobre a falta de EPIs nas unidades de saúde, informa que não houve denúncia ao sindicato. "Nos setores de covid-19 e pronto-socorro, a proteção (para os funcionários) tem que ser completa, com máscaras, viseiras, aventais e luvas. Para os demais setores, o uso de máscaras é obrigatório e já é rotina em hospital, junto com luva e avental para qualquer tipo de procedimento”, explica.

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