O presidente da subsede da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), em Tupã, professor Ary Neves da Silva, afirma que o momento não é adequado para o retorno das aulas presenciais, como avalia o governo estadual, principalmente pela falta de estrutura das escolas públicas.
Segundo Neves, a educação continua sentindo os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), trazendo novas dificuldades para professores e alunos. "Ensino à distância não substitui o presencial primeiro por causa da qualidade. E nem todos têm acesso às aulas à distância”, afirmou.
De acordo com Ary Neves, os professores não estavam preparados para este novo momento de aulas remotas e teve que se adaptar, inovar e enfrentar novas dificuldades. "Gravar uma aula não é como dar aula presencialmente. Isso exige ainda mais tempo e trabalho. Dentro da sala de aula, o professor transmite o conteúdo, atende e tira dúvidas. À distância, isso é mais complicado. O professor tem sido um verdadeiro herói para suprir essa lacuna e ele tem feito o possível”, disse.
O presidente do sindicato explicou que as aulas remotas ainda são preocupantes por alterar a rotina do aluno, que não tem a mesma concentração com aulas online. "A motivação não é a mesma. Nem todas as famílias possuem condições de orientar e tirar a dúvida dos filhos. Muitos pais não têm condições de formar os filhos e muitos não possuem a mesma escolaridade. Dificilmente este ano (letivo) será recuperado”, observou.
Estrutura
O presidente do sindicato em Tupã disse que as escolas públicas não possuem estrutura adequada, principalmente no fornecimento dos materiais que deverão ser utilizados para higiene pessoal. Muitos dos banheiros não são limpos, as privadas não possuem tampas, não há papel higiênico, sabonete, entre outros”, afirmou.
Segundo Neves, os próprios diretores sabem que as escolas públicas não possuem estrutura para receber os alunos adequadamente, cumprindo as exigências sanitárias da pandemia.
"Jogar a culpa de algo nos diretores é irresponsabilidade. Não há funcionários suficientes nas escolas e não há condições para voltar com as aulas neste momento. Os diretores sabem da estrutura de suas escolas. Eles sabem disso”, disse Neves, ao destacar que o retorno presencial das aulas nos Estados Unidos já contaminou quase 100 mil crianças e jovens.
"Eles são agentes transmissores da doença para as famílias. O vírus ainda está muito ativo. Há pais que não querem mandar seus filhos para a escola”, disse o presidente do sindicato, ao orientar que os pais visitem as escolas para conhecer sua estrutura antes de encaminharem seus filhos para as aulas, se for o caso.
Jornal Diário
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