PM de São Paulo vai regulamentar uso da farda na propaganda eleitoral
01/10/2020
Medida é anunciada após Exército orientar seus integrantes a fiscalizar o uso dos símbolos da Força por candidatos
A Polícia Militar de São Paulo - a maior do País, com 90 mil homens - afirmou que vai estabelecer regras para integrantes da corporação que estão disputando as eleições deste ano sobre o uso de símbolos e da farda em material de campanha. A polêmica sobre a apropriação de símbolos militares por candidatos aumentou neste ano em razão do crescimento de candidaturas de policiais e de militares - o número de candidatos destas categorias a prefeito e a vice-prefeito dobrou neste ano em relação ao pleito de 2016. O Estadão mostrou nesta terça-feira, 29, que o comando do Exército, amparado no estatuto dos Militares, orientou todos os seus escalões a fiscalizar o uso da farda e de seus símbolos pelos militares da Força que se candidatarem neste ano. A decisão foi tomada depois que a tenente-coronel Andréa Firmo, candidata a vice-prefeita na chapa de Marcelo Crivella, prefeito do Rio que concorre à reeleição, ter aparecido em material da campanha vestindo a farda do Exército e boina azul das forças de paz das Nações Unidas. Ao se defender da acusação de violação da ética militar e até mesmo de crime eleitoral, a tenente-coronel afirmou que candidatos de forças auxiliares - PMs e Corpos de Bombeiros Militares - estariam fazendo o uso de imagens fardados. Ela afirmou que a proibição do estatuto dos Militares não se refere às fotografias e material de campanha, mas somente a manifestações, entendidas como encontros coletivos. Em São Paulo, o comando da PM analisa o caso da cabo Edjane, que aparece em seu material de campanha com a farda da corporação e prestando continência logo abaixo do logotipo de seu partido, o PTB. A policial chegou a ser anunciada como candidata a vice-prefeita pelo partido, mas agora concorre a uma vaga na Câmara dos Vereadores. Ela disse que consultou a PM e teria sido autorizada. "Eu não posso usar a farda em manifestação política", afirmou. O comando da PM afirmou que uma regulamentação da corporação deve ser expedida ainda nesta semana. A reportagem apurou que ela deve ser dirigida principalmente para os policiais da ativa e que se licenciaram para se candidatar. O uso da farda para a promoção individual causou mal-estar, como no caso da tenente-coronel Firmo no Comando do Exército. Em um material de campanha, a oficial aparece ao lado de Crivella e do presidente Jair Bolsonaro. O caso de Firmo chegou ao Departamento de Operações de Paz (DPO, na sigla em inglês), das Nações Unidas, que está discutindo as implicações do uso político de seus símbolo - a boina azul - na campanha eleitoral da coronel.
Portal Terra
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