O motorista já não sabe mais aonde vai parar o constante aumento nos preços dos combustíveis. Na tarde de ontem, um novo reajuste foi registrado em alguns postos tupãenses, que já estão comercializando o litro do etanol com preços entre R$ 3,94 a R$ 4,10. O litro da gasolina, em três postos pesquisados pela reportagem, está custando de R$ 5,13 a R$ 5,30. E o litro do óleo diesel, de R$ 4,50 a R$ 4,70.
Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) em março do ano passado o preço médio do litro do etanol em Tupã era de R$ 3,10; gasolina, R$ 4,43; e óleo diesel, R$ 3,58.
Com esses preços, muitos tupãenses estão deixando os carros na garagem, só retirando em caso de muita necessidade. Uma viagem, então, nem pensar, tanto pelo alto custo como pela pandemia.
Etanol
A semana de 21 a 27 de fevereiro registrou expressivos aumentos nos preços dos combustíveis nos postos do País. Os dados foram divulgados pela ANP. No caso do etanol, o aumento foi de 7,93%, a maior variação semanal em anos, passando de R$ 3,378 por litro para 3,646/L.
O acréscimo também pode ser observado no valor pelo qual o hidratado é comercializado nas usinas dos principais estados produtores.
Conforme os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP, o renovável subiu 7,25% em São Paulo, indo de R$ 2,527 para R$ 2,71 o litro. Já a gasolina passou de R$ 4,917/L para R$ 5,17/L, um acréscimo de 5,15%. Neste caso, a relação entre o preço nas bombas e nas refinarias não é tão direta, já que envolve impostos e outras cobranças.
Ao longo de 2021, o valor da gasolina nas refina-rias já sofreu cinco reajustes pela Petrobras. Com estes aumentos para ambos os combustíveis, porém maior para o renovável, o hidratado foi desvalorizado perante a gasolina. Na semana analisada, a relação entre os preços ficou em 70,5%, acima do limite comercialmente estabelecido como favorável para o biocombustível, de 70%. O aumento de 2,62% no indicador é o maior desde abril de 2019, registrando a primeira vez em que o preço médio do etanol é desfavorável perante o da gasolina em seis meses.
Isenções
Segundo informações do Palácio do Planalto, divulgadas na última segunda-feira, dia 1, o presidente Jair Bolsonaro aumentará tributos de carros para deficientes, da indústria química e de instituições financeiras para compensar a isenção de impostos federais sobre o óleo diesel e o gás de cozinha.
Bolsonaro disse que editaria um decreto ontem, terça-feira, para zerar o PIS/Cofins sobre o gás e o diesel. A alta dos impostos sobre os três setores ocorrerá por meio de uma medida provisória.
Segundo o Planalto, a isenção do tributo sobre o diesel valerá para os meses de março e abril. A isenção para o gás vale por tempo indeterminado e se aplica apenas para o gás liquefeito de petróleo (GLP) destinado ao uso doméstico em botijões de até 13 kg. As novas alíquotas entram em vigor imediatamente.
Segundo a presidência, as isenções serão compensadas pela alta da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) pago por instituições financeiras, além de mudanças nas regras do IPI incidente sobre veículos para pessoas com deficiência. Também será encerrado o Regime Especial da Indústria Química (REIQ).
Editadas por MP, as medidas compensatórias terão que ser confirmadas pelo Congresso. As novas regras do IPI sobre veículos para deficientes entram em vigor imediatamente. Ainda segundo o Planalto, o final do REIQ e a alta da CSLL paga pelas instituições financeiras entram em vigor em 1º de julho deste ano.
Diário Tupã