Dia da Mulher: empreendedorismo feminino na crise se destaca por movimentar a economia

O Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta segunda-feira (8), é uma celebração da luta feminina por igualdade e melhores condições de trabalho. Com a luta, as mulheres conquistaram direitos básicos, como estudar, votar, ser eleita, trabalhar, entre outros. Apesar das conquistas, a mulher precisa ser forte para enfrentar os desafios que ainda existem em diversos setores, especialmente no quesito profissional, em trabalhos majoritariamente predominados por homens. Por conta disso, o TupãCity.Com preparou um conteúdo com quatro mulheres para falar sobre a representatividade da mulher empreendedora. Lu Ribeiro, Élica Régia, Drielly Pacheco e Aline Gomes, são moradoras de Tupã que tiveram sucesso no setor de empreendedorismo, estabeleceram o próprio negócio e movimentam as atividades comerciais da cidade.

Lu Ribeiro, proprietária de um requintado motel de Tupã, era da área da educação e atuava na formação de coordenadoras de escolas públicas do estado, quando perdeu o ex-marido para o câncer se viu em um grande questionamento: assumir ou não o empreendimento da família. "Eu me vi empreendedora meio que pelas voltas que o mundo dá! Optei por continuar a empreender e tive muitos desafios, especialmente, pelo meu campo de atuação ter uma visão ruim de lugar errado. Imagina uma viúva de 36 anos, com três filhas, assumir um motel?", questiona. "No início foi muito duro, até conseguir desmistificar que o motel poderia ser transformado num lugar onde casais poderiam se beneficiar. Precisei investir muito em formação, foi estudo e horas de viagem. Com isso, fomos transformando a visão de um lugar de traição para um ambiente onde os casais têm um reencontro com a paixão". A empreendedora disse que outro fator fundamental para conquistar o seu lugar no mundo dos negócios foi a equipe da empresa. Ela ainda aconselha que as mulheres devem se unir sempre. "O olhar atento ao detalhe é o que nos diferenciam, que usemos ele à nosso favor! Apoio umas às outras sempre. Isso nos fortalece". Proprietária de um estúdio de dança, a empreendedora Élica Régia Silva, de 43 anos, relata à equipe do TupãCity.Com que desde pequena é envolvida com a arte, a música e a dança, mas nunca pensou que um dia empreenderia nesta área. "Trabalho há 10 anos como produtora cultural, organizando congressos e workshops para o setor. Dou aula também em eventos desse nicho e hoje tenho meu próprio espaço de dança". A mulher da grande São Paulo veio se aventurar na cidade interiorana de Tupã, ela conta que o principal motivo de se estabelecer no município foi um pedido de seus pais. Élica relata muitas dificuldades durante essa mudança. "Aqui na cidade não havia muitos adeptos ao trabalho de Dança de Salão e, eu tive que construir, um trabalho do absoluto zero". "A cidade é bastante conservadora e, hoje eu entendo melhor isso, não faço parte da cultura local, mas estou aprendendo dia após dia em como lidar com as nossas adversidades e também contribuir para o seu desenvolvimento", destaca. Élica explica que é uma mulher fora dos padrões estéticos que a sociedade exige para permanecer na dança. "Me tornei uma referência nacional no ritmo Kizomba, sendo uma mulher determinada e que não consegue enxergar preconceitos". Apesar de ter vindo de fora, ela quer ser e fazer a diferença, junto com outras mulheres que buscam ser a sua melhor versão. "Acredito que toda mulher já nasce com espírito empreendedor, mas no meio do caminho acaba se desviando dele. Então, o que posso dizer para todas as mulheres desse mundo: seja a protagonista da sua própria história. Tudo o que você for fazer, faça com amor, com coragem e determinação. Ouça, leia e observe mulheres que deram certo e que construíram algo. A mulher é poderosa demais e quando ela constrói o próprio mundo dela, nada destrói a sua história e a sua trajetória". Em conversa com o TupãCity.Com, a esteticista Drielly Pacheco contou que sua avó, que também era do ramo, a ajudou em seus primeiros passos na profissão. "Para me consolidar foi mais fácil porque tive ajuda da minha avó, que também era do ramo. Mas, mesmo assim tive dificuldades", conta. "Quando tive que trabalhar por conta própria, foi muito difícil. Mas, valeu a pena. Eu não tinha estrutura financeira, então precisei de muita ajuda. Bem no comecinho eu não tinha nada e fazia atendimento na casa das minhas clientes. Com o tempo, fui ganhando o meu dinheirinho e aluguei um espaço. Meu marido - que era namorado na época - me ajudou muito também", destaca a esteticista. Com muita persistência para enfrentar os desafios, Drielly também manda um recado para quem está começando agora. "A única coisa que cai do céu é a chuva [risos>. Temos que ter força de vontade e saber que somos mulheres e somos capazes de tudo. Ontem uma aluna me perguntou se daria para ganhar um salário sendo design de sobrancelha e eu respondi que daria para ganhar muito mais porque somos capazes. Todo mundo fala que mulher é sexo frágil, mas, eu acho que somos mais fortes que muitos homens por ai". Já a Aline Gomes é proprietária de uma conhecida loja de artigos femininos e conta ao TupãCity.Com que enfrentou diversas dificuldades durante a sua trajetória para se consolidar no mercado. "A loja começou como uma pequena boutique em uma galeria. Mas, com o tempo percebi que o público gostava do estilo mas não conseguia comprar com frequência. Foi aí que a loja se reinventou e trouxe uma moda acessível, que foi um sucesso". Em seu empreendimento possui uma equipe apenas por mulheres. "Muitas pessoas olham de fora e vêem apenas a parte bonita, o que deu certo. Mas, tudo tem seus altos e baixos. Temos que entender que é um processo de construção e não podemos focar apenas na superfície, querendo que nosso progresso seja igual ao de outra pessoa. Temos que olhar como um todo. Tudo é dedicação e principalmente fazer com amor e com o coração", aconselha Aline. E para encerrar não poderia faltar uma homenagem à idealizadora e proprietária do TupãCity.Com, Nayara Aniceto, que oferece oportunidade para as mulheres do ramo da comunicação.

TupãCity - Ana Santoni