HUM TUPÃ

Quando se transferiu do Palmeiras para os ingleses do Manchester City, no início de 2017, Gabriel Jesus tinha apenas 19 anos. Assim, já se esperava que o jogador nascido na capital paulista levasse um tempo para se tornar uma referência numa equipe que àquela altura já tinha no ataque o seu grande ídolo Sergio Agüero. No entanto, mesmo depois de quatro anos em Manchester, não se pode dizer ainda que Gabriel - que completará 24 anos no próximo dia 3 de abril - tenha se tornado o craque que muitos esperavam que se tornasse. O que falta para que isso aconteça? É difícil dar uma resposta a essa pergunta, até porque seu rendimento de um modo geral tem sido bem satisfatório nos últimos meses: desde o início de 2021 o atleta vem jogando e fazendo gols regularmente, os quais vêm sendo importantes para o grande momento que os Cityzens atravessam. Não por acaso, os sites de apostas esportivas são unânimes em apontá-los como os favoritos para a conquista da Liga dos Campeões da Europa 2020-21: o título inédito da equipe treinada por Pep Guardiola oferecia, em 7 de março, um retorno de 3.3; já uma nova conquista do atual campeão europeu, o Bayern de Munique, oferecia um retorno de 4.2. Talvez a decepção que alguns sentem ao ver Gabriel Jesus é campo resulta de certa falta de compreensão em relação ao seu estilo de jogo. Isso porque o ex-palmeirense não é um camisa 9 ao estilo de outros atacantes em atuação na Premier League, como o próprio Agüero ou o inglês Harry Kane (que joga no Tottenham Hotspur). Nesse sentido, foi bastante reveladora uma entrevista recentemente dada por ele ao portal ge - logo após ter conseguido marcar dois gols numa única partida pela primeira vez na temporada -, na qual o próprio Gabriel fez questão de ressaltar que o seu jogo é muito coletivo: "entre ser artilheiro e ser campeão, eu prefiro ajudar meu time a ser campeão."

A grande questão é que a camisa 9 foi justamente a que Gabriel usou pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018. E, por mais importantes que suas atuações na ocasião tenham sido do ponto de vista tático, o jogador terminou a competição sem marcar um gol sequer. Assim, não é à toa que ultimamente já há quem diga que o 9 da seleção deva ser outro brasileiro em atuação na Inglaterra: Richarlison, que vem conseguindo marcar com cada vez mais frequência gols decisivos para que sua equipe, o Everton, se mantenha viva na luta por uma vaga na Liga dos Campeões da próxima temporada. E, no final das contas, é isso o que muitos torcedores querem ver: um atacante que tenha como prioridade fazer gols, mesmo que não seja tão "participativo". Por outro lado, isso tampouco é o tipo de coisa que se muda da noite para o dia, e provavelmente não valeria a pena passar a exigir de Gabriel Jesus uma postura em campo mais parecida com a de um típico goleador. Assim, talvez seja acima de tudo papel da imprensa especializada ajudar o torcedor a reconhecer o valor que um jogador como as suas características tem. Mesmo que tal valor nem sempre se traduza em gols.

Paineira Tupã

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