Paineira Tupã

Enquanto a imunização em massa não chega, os comerciantes e seus funcionários buscam formas para sobreviver em meio à crise. Tupã vive uma batalha jurídica para manter suas atividades comerciais funcionando, segundo os decretos municipais. Mas esse "abre" e "fecha" do comércio em meio a um cenário sem vacina e sem auxílio dos governos federal ou estadual, tanto para empresários como para funcionários, tem feito com que muitas empresas e famílias passem a viver e a enfrentar novas dificuldades financeiras. Em várias regiões da cidade, muitos prédios já estão para alugar. Muitos, inclusive na região central da cidade, continuam fechados. E os empresários que ainda não encerraram suas atividades, enfrentam dificuldades para continuar atuando no comércio, em meio à pandemia. Setor de lanches A empresária Magda Pugin Pollo, que possui uma lanchonete na Avenida Tamoios, disse que a situação já virou um caos para os comerciantes, que sofrem com constantes restrições para trabalhar. "Está um caos muito grande, uma situação terrível. Estamos com muitas contas e boletos acumulados. Só Deus para nos ajudar", afirmou. Magda explicou que, infelizmente, teve que demitir funcionários de sua empresa, por causa dos efeitos da pandemia. "Dispensamos muitos funcionários. Infelizmente, temos muitos pais de família desempregados por causa dessa pandemia. É muito lamentável", ressaltou. Segundo Magda, sua empresa está trabalhando com apenas três funcionários, que foram mantidos com ajuda dos auxílios do governo federal. "Se não fosse a ajuda desse auxílio, íamos ter que dispensar os três funcionários que ainda ficaram. Esse auxilio nos ajudou a pagar o salário deles. Se não fosse isso, seriam mais três desempregados. E mesmo assim foi difícil pagar", destacou. Sem auxílio Com o fim das parcelas do auxílio emergencial, a empresária disse que só não fechou as portas do seu "ganha pão" por causa de Deus. "Ele está nos dando forças. Sei que muitos já fecharam suas portas. Ainda estamos tentando, mas não sabemos até quando", afirmou. "Estamos com muitas dívidas acumuladas. Infelizmente, não sabemos quando vamos conseguir pagar. Mas tenho fé que vamos conseguir dar a volta por cima", acrescentou. Flexibilização Uma nova flexibilização do comércio está prevista para esta semana, depois que a Prefeitura de Tupã conseguiu na Justiça o direito de regulamentar as atividades econômicas no município, de acordo com a fase "emergencial" do Plano São Paulo. Magda espera, porém, que essa nova flexibilização possa facilitar o trabalho dos comerciantes, principalmente daqueles do setor de alimentos. "Hoje as pessoas não podem nem mesmo pegar um lanche aqui no estabelecimento. Nem na calçada. Isso é muito difícil para nós. Só estamos trabalhando com entrega e não dá. É desesperador", afirmou. A empresária diz que reconhece a gravidade da doença e pede maior conscientização da população para evitar festas e encontros de amigos. A maior incidência de casos de Covid ocorre logo depois de feriados e períodos festivos, e isso mostra que o maior problema está aí e não no trabalho do dia a dia. "O vírus não é uma mentira. Sabemos o caos que está no mundo todo. Isso é desesperador, sim. Mas o trabalho não pode parar. Temos que viver. Todos têm que ter a consciência, ter noção do vírus e se cuidar. Nada de festas, passeios, aglomerações e outros perigos. Todos devem ter consciência, usar muito álcool em gel e sempre de máscara. Mas temos que trabalhar", afirmou. "A nossa situação e a de todos está muito difícil. Mas sei que um dia isso vai passar e todos nós voltaremos ao normal", concluiu.

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