Mas esse aumento no consumo de peixes pode apresentar uma estagnação, por causa das medidas de restrições contra o novo coronavírus (Covid-19), segundo explicou o gerente do Supermercado Max Kawakami, Luciano Garosi. "Estamos em uma quaresma atípica, com restrições. E isso tem reduzido a movimentação de pessoas no supermercado", afirmou o gerente, ao explicar que o consumo continua imprevisível por causa das restrições. "No dia a dia, porém, o consumo de peixes apresentou aumento de 15% desde o início da quaresma", completou.
Garosi explicou que, por causa da pandemia, muitas famílias vão deixar de se reunir para comemorar a data em um número maior de pessoas, o que afeta as vendas. "Muitas pessoas não irão viajar para visitar suas famílias, como é de costume durante esse período. As comemorações familiares ficarão restritas aos próprios lares", observou.
Preços
O supermercado vende peixes frescos e congelados em sua peixaria, tendo como mais procurados neste momento o filé de merluza e tilápia, pintado, bacalhau e pacú. O quilo do pintado está custando R$ 27,00; filé de merluza, R$ 28,00; bacalhau desfiado (500 gramas), R$ 25,00; e bacalhau do porto, R$ 124,00.
Vale lembrar que, devido às restrições da fase "emergencial" do Plano São Paulo, a movimentação no supermercado tem sido maior às quintas e sextas-feiras, dias em que a população deve se atentar ainda mais para evitar possíveis aglomerações.
O supermercado explicou que tem obedecido todas as regras da fase "emergencial", de acordo com as restrições e exigências das normas vigentes. O atual horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas. Até o momento, o supermercado seguirá as normas do decreto municipal suspendendo o atendimento ao público nesse sábado e domingo, dias 27 e 28 de março.
Produção
Neste ano, no atual período de Quaresma, os comerciantes esperam um aumento nas vendas se comparadas com o início de fevereiro, uma vez que o consumo aumenta nas quartas e sextas para aqueles que guardam a tradição. O cenário próspero também se deu diante do desempenho positivo da piscicultura brasileira em 2020, quando obteve um crescimento de 5,93%, conforme estudo da Associação Brasileira da Piscicultura - PeixeBR. Com isso, a produção de peixes de cultivo saltou de 758.006 toneladas em 2019, para 802.390 toneladas no ano passado.
Muita gente ainda segue à risca a tradição e os ritos da Quaresma, seja em oração, jejum e, principalmente, na substituição da carne vermelha. Acredita-se que, além da questão religiosa, é também uma questão cultural consumir o peixe durante o período da Quaresma e na Semana Santa, independentemente da religião.
Os peixes mais procurados são aqueles de fácil preparo, sem espinhos e/ou pele.
Com o cenário da pandemia mais ajustado, o segundo semestre de 2020 foi o melhor da piscicultura nos últimos anos. O consumo interno cresceu com consistência e o setor respondeu com maior oferta. Como resultado, os preços aos produtores ficaram em níveis consistentes e os elos da cadeia puderam não apenas recuperar os prejuízos da primeira parte do ano, mas avançar e fechar o balanço no "azul".
O Estado de São Paulo, por sua vez, também registrou aumento na demanda de peixes de cultivo, o que proporcionou melhora nos preços aos produtores, de acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. O aumento da demanda, principalmente de filé de tilápia, durante a pandemia, incrementou novos investimentos na atividade paulista. Em números, São Paulo cresceu 6,9% no ano passado, alcançando 74,6 mil toneladas. Com esse desempenho, o Estado consolidou-se como o 2º maior produtor do País.
Diário Tupã