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Em Tupã, o 1º caso da covid-19 foi confirmado em 9 de abril de 2020. Até esta terça-feira (6), mais de 3,4 mil pessoas foram contaminadas pela doença, sendo que 3.167 já estão consideradas recuperadas. No entanto, o que ainda falta mensurar é quantas destas pessoas recuperadas ainda convivem com as sequelas do coronavírus, que podem ser desde falta de ar, perda de olfato e paladar, cansaço, até casos mais graves como fibrose pulmonar, entre outros problemas.

Simone Santos, de 35 anos, ainda luta com sequelas da covid-19 - Foto: Redes Sociais
Simone Santos, de 35 anos, ainda luta com sequelas da covid-19 - Foto: Redes Sociais
A moradora de Tupã, Simone Santos, de 35 anos, é uma dessas pessoas que contraíram a doença e, mesmo após quase um ano, ainda sofre com sequelas da Covid-19. Ela foi diagnosticada com a covid-19 em julho de 2020 e ficou oito dias internada na UTI da Santa Casa. "O único sintoma foi dormir a perna. Mas, como sou do grupo de alto risco por ter insuficiência cardíaca grau 4 (último estágio da insuficiência), fui parar na UTI da Santa Casa com trombose nas pernas e 60% dos pulmões comprometidos", contou à equipe de reportagem do TupãCity.Com. As dores acompanham Simone desde que deixou o hospital. Ela relata que entrou na UTI com 30% do funcionamento do coração e atualmente está com 25%, passando avaliação para um transplante cardíaco. "Tenho que fazer muita fisio para ficar um pouco sem o cateter de oxigênio. Afeta tudo, os dentes enfraquecem, o cabelo cai, o corpo dói…" , explica. Além do mais, ela ainda conta que existe a questão do psicológico do paciente. "Estou viva por um milagre e muita insistência na físio. A doença mexe com o físico e o psicológico. O medo de morrer é constante". Simone conta que conseguiu manter o psicológico pois se apoiou em seus pilares de vida. "Muita fé em Deus e minha filha. Meu maior motivo para viver". Apesar do quadro de saúde delicado em que se encontra, Simone demonstra garra e vontade de melhorar. Para finalizar a entrevista ao TupãCity.Com, ela fez um desabafo. Veja abaixo: "Não importa se é coronavírus ou um resfriado simples, todos são potencialmente fatais para nós, que temos um sistema imune fraco ou alterações que fazem com que não consigamos lutar contra organismos estranhos sem maiores complicações. Pandemia ou não, o pânico de ver alguém espirrando ao nosso lado é imenso. Pandemia ou não nós estamos sempre de máscara. Pandemia ou não água, sabão e álcool gel são nossos melhores amigos. Prevenção é rotina, não tira folga. Um descuido e a nossa vida acabou, e não é exagero. Mas sabe o que assusta mais do que uma pandemia? A ignorância das pessoas. Quando o seu egoísmo grita "coronavírus é um simples resfriado e só afeta pessoas mais vulneráveis", você se refere não só a mim, mas a outras pessoas com doenças raras e crônicas, um conhecido com câncer, um vizinho com problemas cardíacos, aquele amigo com bronquite, aquela amiga grávida, seus avós... Existem mais pessoas no grupo de risco do que você imagina. Uma pessoa saudável provavelmente sobreviverá, mas pode transmitir para milhares que não vão. Não é cada um por si, vivemos em sociedade e temos que pensar como tal. Seja responsável, respeite as orientações de prevenção. Evite ao máximo aglomerações, cubra o nariz e a boca ao espirrar, higienize bem suas mãos e pare de compartilhar informações controversas. Proteja-se e estará protegendo todos à sua volta. Faça sua parte e logo todos nós sairemos dessa. E se fosse você ou alguém que ama no grupo de risco? E se fosse você a depender do bom senso dos outros?". TRATAMENTO GRATUÍTO Atualmente, ela recebe atendimento de fisioterapia gratuito com Deivid Nunes, através do grupo de profissionais da Saúde que iniciaram um projeto voluntário para ajudar a população com sequelas da covid. Clique para ler mais sobre o projeto. Em entrevista ao TupãCity.Com, o fisioterapeuta Deivid Nunes, conta que Simone realiza exercícios tanto para a parte motora, como também respiratória. "Ela realiza vários exercícios para ajudar na recuperação. Mas, mesmo quando estamos focamos na parte motora, já visamos a parte respiratória também, já que a paciente tem dificuldades para respirar e muita fadiga por conta da covid", explica. Deivid acrescenta ainda que utiliza um movimento dentro da quiropraxia, conhecido como auriculoterapia. "A auriculoterapia pode auxiliar o paciente no controle da dor neurastenia, ansiedade, depressão, insônia e na melhora de eventuais sintomas respiratórios residuais", acrescentou.

TupãCity - Ana Santoni

Paineira Tupã

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