Paineira Tupã

Novas "fotos" do buraco negro supermassivo M87 apareceram nesta quarta-feira (14), quase dois anos após sua primeira imagem ter sido divulgada e revolucionado a astronomia. Telescópios de todo mundo se juntaram para registrar imagens que revelam um "rastro de luz" causado pela matéria ejetada pelo fenômeno espacial. Os dados foram obtidos por 760 cientistas e engenheiros de quase 200 instituições em 32 países ou regiões. As observações ocorreram entre o final de março e meados de abril de 2017.

Cinco telescópios se uniram para obter mais detalhes do buraco negro M87 - Imagem: Chandra/Nasa
Cinco telescópios se uniram para obter mais detalhes do buraco negro M87 - Imagem: Chandra/Nasa
Os cientistas adicionaram dados de cinco telescópios —como o Hubble e o Observatório de Raios-X Chandra, ambos no espaço— que captaram diferentes comprimentos de onda de luz e características do M87. Além do já icônico halo laranja, o buraco negro mostra na imagem que está ativo e sugando material do disco quente de poeira e gás que está ao seu redor.
Buraco negro M87 produz luz em todo o espectro eletromagnético, de ondas de rádio e luz visível até raios gama - Imagem: Reprodução/Chandra Telescope
Buraco negro M87 produz luz em todo o espectro eletromagnético, de ondas de rádio e luz visível até raios gama - Imagem: Reprodução/Chandra Telescope
Mas ele não engole exatamente tudo que está por perto. Segundo as imagens divulgadas, uma parte de matéria que não é capturada é ejetada no espaço seguindo as linhas do campo magnético do buraco negro, gerando jatos de partículas a 99% da velocidade da luz. O "rastro" visto nas imagens se estende por cerca de 5.000 anos-luz no espaço. Como essa luz emitida abrange todo o espaço eletromagnético, observá-lo com somente uma faixa de luz significaria perder informações importantes. Daí a importância de obter dados de telescópios diferentes, com cada um analisando um comprimento de onda diferente. O objetivo dos pesquisadores é o de produzir e liberar um conjunto de dados para que os astrônomos estudem o M87 nos próximos anos. Os primeiros resultados mostram que a intensidade da radiação ao redor do buraco negro foi a mais baixa já vista pelos cientistas, o que produziu condições ideais para estudá-lo, desde regiões próximas ao horizonte de eventos —nome dado ao limite em que objetos ficam próximo ao fenômeno sem serem sugados— até dezenas de milhares de anos-luz. "Este é um exemplo maravilhoso de astrônomos ao redor do mundo trabalhando juntos na busca da ciência", diz Juan Carlos Algaba, da Universidade da Malásia, coautor da pesquisa
O vídeo acima mostra diversos dados visuais do M87. Começa com sua primeira imagem, divulgada em 2019 pelo EHT (sigla em inglês do telescópio Event Horizon), e depois traz imagens de outros tipos de espectro de luz, captados por radiotelescópios de todo o mundo. A escala para a largura dos quadrados vistos é dada em anos-luz, no canto inferior direito do vídeo. "Com a liberação desses dados, combinados com a retomada da observação e um EHT melhorado, sabemos que muitos novos resultados interessantes estão no horizonte", disse o coautor Mislav Balokovi, da Universidade de Yale.

Tilt - Uol

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