Sequelas: criança de dois anos teve trombose e AVC após contrair covid-19, em Tupã

Com um ano e dez meses de vida, a pequena tupãense Emanuelly passou sete dias internada por conta de sequelas após ser infectada pela covid-19. A batalha da pequena continua, já que a bebê desenvolveu trombose no lado esquerdo do cérebro, que teve como consequência um AVC, por conta do coronavírus. Hoje, Emanuelly tem dois anos e segue em tratamento.

O TupãCity.Com entrou em contato com Regiane Covos, de 42 anos, mãe da menina, que detalhou como descobriu a situação médica da filha. "No dia 29 de janeiro ela acordou normal, brincou, almoçou e por volta das 12 horas começou a mancar da perna direita. Fui ver se ela havia se machucado e logo caiu , fui levantá-la e estava mole. Coloquei ela para andar e ela não ficava em pé". Ela relata que ligou para a pediatra, que pediu para levar a menina ao hospital São Francisco. Lá fizeram raio X, tomografia, mas não descobriram nada. No dia seguinte, os médicos pediram para fazer uma ressonância, porém, em Tupã não é feito esse tipo de exame em crianças por conta do sedativos. "Ligaram para Marília e não tinha vaga. Mas, conseguiram em Presidente Prudente no Hospital da Criança da Unimed. Fui até lá com a UTI Móvel e fizeram a ressonância da cabeça, que deu que a Emanuelly tinha trombose na cabeça do lado esquerdo", conta. Regiane explica que a bebê começou o tratamento com injeções coagulante duas vezes ao dia e fisioterapia. Ela retornou para Tupã com a filha. "Como ela fez vários exames e não acharam o porquê do AVC, afinal não é normal uma criança de 1 ano e 10 meses ter um AVC sem nenhum problema de saúde". Foi então que a pediatra pediu o exame da Covid, já que por conta da doença é possível se formar coágulos pelo corpo. "Positivo para covid e pelo resultado a bebê teve trombose após a doença", explica. Vale destacar que ninguém da família e nem a Emanuelly haviam apresentado sintomas da covid-19. Regiane, que também é mãe de outra menina de quatro anos, conta que ficou muito preocupada e com medo após o resultado da caçula. "Minhas filhas nunca ficaram doentes e eu não tinha noção do que era um AVC. Mas Deus me deu forças para enfrentar a situação". Emanuelly está cada dia melhor e vem se recuperando rápido. "Hoje ela já anda, corre, pega tudo com a mão direita, que foi afetada. Agora já é uma criança normal. Só tenho que ficar em cima pois ela não pode se machucar. Ela tem que tomar as injeções duas vezes ao dia por um ano, faz fisioterapia, terapia e fono". Por fim, a mãe faz um apelo aos outros pais de Tupã para que observem seus filhos. Segundo ela, quanto antes ser diagnosticado, existem mais chances de recuperação. "Prestem atenção nas crianças, assim como vi minha filha mancando, os pais devem ficar atentos a qualquer reação estranha das crianças e qualquer sintoma levar em um hospital". RECUPERAÇÃO DE EMANUELLY Atualmente, por conta da sequelas deixada pelo covid, a Emanuelly faz tratamento de terapia ocupacional. A terapeuta responsável pelo tratamento, Natália Domingues, de 30 anos, conta que a menina apresentava dificuldades, como falta de equilíbrio, dificuldades motoras, nível de alerta, alterações musculares e diminuição da força muscular. Por conta disso, adotou o protocolo de terapia intensiva PediaSuit. "Durante a avaliação achei de extrema importância realizar o protocolo de terapia intensiva PediaSuit pois estava no início da sequela do AVC isquêmico e as chances de reabilitação em uma terapia intensiva seria maior. Tem como protocolo a terapia: efeito do macacão terapêutico ortopédico; terapia Intensiva de quatro horas/ duas horas por dia (levando em consideração a tolerância do paciente) / 5 dias por semana (Durante 4 semanas) - Seguidas da terapia de manutenção (Durante 2 semanas) - (Ciclo que deverá ser repetido de acordo com a necessidade de cada paciente); e a participação motora ativa do paciente". A profissional explica que o cuidado com os pequenos é fundamental. "Achamos que as crianças não apresentam nenhum tipo de problemas decorrente da Covid 19 ou que é apenas uma gripinha passageira, porém hoje os casos estão aumentando e as sequelas e gravidades também. Infelizmente esse vírus ainda é muito imprevisível e nós ainda estamos aprendendo a lidar com ele". "Então o que eu recomendo é o cuidado com nossas crianças, cuidado com a higienização, uso de máscara a partir de 2 anos e manter o isolamento social. Além de nós pais e adultos nós cuidarmos também, pois na maioria das vezes, nós acabamos contaminando quem mais amamos nossos filhos", finaliza a terapeuta ocupacional. Para a fisioterapeuta a Franciele dos Santos, de 30 anos, que auxilia no tratamento da menina"A Emanuely respondeu muito bem ao tratamento desde o início, foi uma recuperação rápida pois iniciamos o tratamento precoce e além disso estava na fase ideal para obter ganhos significativos. Além da terapia protocolo PediaSuit, realizamos a terapia manual para complementar o tratamento e aplicação da bandagem funcional", explica.

TupãCity - Ana Santoni