Dia da Empregada Doméstica: Mulheres contam os desafios e alegrias da profissão
27/04/2021 Hoje, dia 27 de abril, é comemorado o Dia da Empregada Doméstica, por conta disso, o TupãCity.Com entrevistou duas mulheres que atuam na área há 30 anos e explicaram sobre os desafios e as alegrias da profissão.
Nesta terça-feira (27) é celebrado o Dia da Empregada Doméstica. Para enaltecer a profissão e marcar este dia especial, o TupãCity.Com conversou com duas mulheres que trabalham na área e contaram um pouco das dificuldades e alegrias da profissão.
"Na verdade não escolhi ser empregada doméstica, a vida me obrigou a ser risos. Sempre fui caprichosa e adorei limpar a casa e cozinhar. Para não ficar parada, resolvi trabalhar com isso. Faço com muita alegria e como se estivesse fazendo para mim mesma", conta Marli Castilho, de 48 anos, à equipe do TupãCity.Com.
A empregada doméstica conta que já atua na profissão há mais de 30 anos, sendo que iniciou com apenas 10 anos. "Eu comecei limpando casas meio período e mesmo sem saber nada do serviço, muitas vezes as patroas me faziam limpar duas vezes ou mais. Foi assim que aprendi. Era sem registro e naquele tempo só comia o que elas me davam e ia direto para a escola", relata Marli.
Empregada doméstica com orgulho, a moradora de Tupã conta que já vivenciou dificuldades e alegrias no ramo em que escolheu. Ela conta que já foi desmerecida por estar nesta profissão "é como se você não fosse nada ou não soubesse fazer outra coisa", explica.
No entanto, apesar da discriminação, ela explica que já cruzou com pessoas incríveis durante a sua trajetória. "Uma vez eu trabalhava para a filha de um juiz e minha casa não tinha forro, por isso, caia muita sujeira, cinzas, era frio. Um dia cheguei para trabalhar e a patroa disse Marli pode forrar sua casa , na hora eu não entendi, pois não tinha condições para isso, mas, ela falou que me daria de presente. Foi uma alegria só". "Outra recentemente, eu tinha conseguido tirar a carta com muito custo, mas não tinha condução, e ia e voltava para o trabalho apé como sempre fiz a vida toda, um dia ela foi me levar embora e notou que eu morava muito longe, e sem me contar conversou com seu marido e resolveram pagar uma biz para mim e foram descontando aos poucos do meu pagamento, foi um sonho realizado."
Por fim, Marli conta que a profissão é digna como qualquer outra, pois foi através dela que conseguiu sustentar sua família e adquirir bens. "Todos nós precisamos uns dos outros, toda profissão é digna e necessária, desde o mais estudado ao que nunca estudou, formamos uma corrente, o maior jamais evoluiria sem o menor", declarou.
O TupãCity.Com também conversou com a Marta Laurindo Xavier, de 53 anos, que atua como empregada doméstica há 30 anos. Para ela, não tem nada mais gratificante do que trabalhar com o que ama.
"Eu escolhi a profissão porque eu amo cuidar da minha casa e não tem nada mais gratificante do que fazer o que a gente ama. Esta é uma profissão digna e de muita importância, afinal, eu cuido do lar de alguém e todos querem os lares bem cuidados. Ser empregada doméstica não me faz menor diante de outras profissões", afirma.
Diferente de Marli, ela explica que não se recorda de ter sofrido algum tipo de discriminação por ser empregada doméstica. "Se houve algum preconceito por conta de alguém, eu nem percebi".
Marta contou à equipe do TupãCity.Com que também vivenciou situações únicas. "Trabalhei 23 anos para uma patroa e sempre fui tratada como da família, com muito amor e carinho. Teve um episódio em que ela me levou a uma viagem para a praia de Camboriú e tive a oportunidade de levar minha filha para conhecer o mar e ela ficou deslumbrada e eu muito emocionada em ver minha filha feliz".
A equipe do TupãCity.Com parabeniza todas as pessoas que atuam nesta profissão que é sinônimo de força e dedicação. Você tem alguma sugestão de matéria para o TupãCity.Com? Entre em contato pelo nosso WhatsApp (14) 99880-6996.