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Em uma nota publicada na noite desta terça-feira (15), a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) comunicou que expulsou os alunos envolvidos na castração irregular de um cachorro, realizada em uma república estudantil, em Presidente Prudente. A ação dos estudantes foi na segunda-feira (14). Os envolvidos, que cursam medicina veterinária e zootecnia, postaram um vídeo nas redes sociais mostrando que castrariam o animal e os preparativos para o procedimento, que acabou sendo realizado. O vídeo chegou à Polícia Militar Ambiental, que conseguiu descobrir o endereço e foi até o local, onde constatou a ação dos estudantes, caracterizada como maus tratos. O caso foi levado pela PM Ambiental à Polícia Civil.

Após a ação policial, já na segunda-feira a Universidade se pronunciou, onde informou não compactuar com a conduta dos estudantes, repudiou a iniciativa e antecipou que agiria com rigor quanto ao caso. "Mesmo que o fato tenha ocorrido fora do ambiente acadêmico, se comprovado ato ou crime, os estudantes estarão sujeitos às penalidades da lei e do regimento geral da instituição". A decisão pela expulsão dos estudantes foi tomada 24 horas depois do ocorrido, e comunicada em nota, no site e nas redes sociais da Universidade. Veja a íntegra da manifestação da instituição: "Lamentamos profundamente a atitude dos envolvidos na castração irregular e maus-tratos de um cão, fato esse ocorrido fora do ambiente da universidade. Desde o momento que a universidade foi informada sobre o caso, na noite desta segunda-feira (14 de junho), gestores da instituição, juntamente com os departamentos jurídico e de segurança, estão em contato com as autoridades policiais acompanhando o caso, assim como se colocou à disposição para acolher e dar todo o suporte ao tratamento necessário ao animal. Há mais de 30 anos, quando iniciamos a Faculdade de Ciências Agrárias, intensificamos a luta pela causa de proteção aos animais de companhia, produção ou silvestres. Este acontecimento recente, que felizmente foi descoberto a tempo de salvar as vidas ali em risco, não condiz com a missão, visão e valores institucionais. Temos a maior estrutura do oeste paulista no atendimento aos animais, que é referência no país e presta diferentes serviços para toda a região de Presidente Prudente, inclusive mantém parcerias com entidades de proteção aos animais. Todo início de semestre realizamos o nosso tradicional trote do bem com a doação de toneladas de ração para ONGs da região. São muitas atividades voltadas ao bem-estar animal e, sem dúvidas, esse fato deixou toda a comunidade interna e externa estarrecida. Por isso, comunicamos a expulsão dos envolvidos, já que tal acontecimento não condiz com os nossos princípios institucionais. Desejamos profundamente que fatos como este não se repitam em qualquer lugar do planeta, e reforçamos aqui o nosso compromisso de lutar para que os animais recebam todo cuidado e carinho que merecem", comunicou a Unoeste. Conselho Regional de Medicina Veterinária emitiu nota de repúdio O caso ganhou ampla repercussão. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) emitiu nota de repúdio e oficializou comunicação à Universidade e à Polícia Civil, cobrando rigor na apuração e responsabilização. "Fotos e vídeos publicados nas redes sociais mostram a prática de uma castração irregular de um cão, causando nítido sofrimento, além de ser fora do ambiente supervisionado da universidade ou de estabelecimento médico-veterinário, colocando em risco o bem-estar e a saúde animal. O Conselho repudia veementemente os atos praticados", diz o comunicado. Segundo o Conselho, os estudantes não são passíveis de sanção do CRMV-SP, entretanto, foi solicitada à Universidade a adoção de providências cabíveis em relação aos identificados. Além disso, segundo o CRMV-SP, foi destacada a necessidade de reforçar a orientação aos demais discentes quanto às questões éticas, ao imprescindível papel da medicina veterinária e da zootecnia sobre o bem-estar dos animais, assim como acerca dos dispositivos legais e normativos relativos à crueldade, abuso e maus-tratos contra animais. "É fundamental que os graduandos, desde o início do curso de graduação, sejam instruídos a entenderem que também devem zelar pelo prestígio das classes médica-veterinária e zootécnica, e pela saúde única, apresentando comportamento social e condutas exemplares e compatíveis com as profissões", diz o órgão. Apesar de não ter ingerência para apuração dos casos e penalização ética, visto que não se tratam de profissionais graduados e registrados, o CRMV-SP colocou-se à disposição da delegada de Polícia Civil de Presidente Prudente para dar todo o suporte técnico que se faça necessário com relação ao animal e a fundamentação da situação de crime de maus-tratos, reforçando tratar-se também de uma contravenção penal pelo exercício ilegal da profissão. "O CRMV-SP mantém seu compromisso para com a saúde e o bem-estar animal e está tratando o caso com toda a atenção merecida", conclui.

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