cabonnet

A judoca Alana Maldonado, de Tupã (SP), consolidou na madrugada deste domingo (29) sua vocação pioneira ao conquistar a primeira medalha de ouro para o judô feminino em uma Paralimpíada ao vencer Ina Kaldani, da Geórgia, por waza-ari, na final da categoria até 70 quilos dos Jogos de Tóquio. Aos 26 anos, Alana, que também já havia sido a primeira brasileira campeã mundial da modalidade, creditou a histórica conquista no Japão à influência de sua família no interior paulista, tanto da avó, que trabalhava em uma academia e sempre a levava para praticar, quanto de um tio, treinador de judô.

Alana Maldonado festeja o inédito ouro paralímpico do judô feminino com a bandeira do Brasil — Foto: Matsui Mikihito/CPB 2
Alana Maldonado festeja o inédito ouro paralímpico do judô feminino com a bandeira do Brasil — Foto: Matsui Mikihito/CPB 2
"Comecei a praticar com quatro anos, minha avó trabalhava na academia da cidade, então todos os dias eu estava lá porque ela me levava. Meu tio também é professor de judô, então foi influência da família mesmo", revelou Alana, pouco antes de embarcar a Tóquio. Apesar dessa "herança familiar", a judoca de 26 anos, que há sete anos se mudou para a capital paulista depois que se tornou atleta do Palmeiras, reconhece a importância do suporte profissional que teve em sua carreira para se tornar uma paratleta multicampeã, que agora contabiliza duas medalhas paralímpicas - ela também foi prata na Rio-2016. "O que me inspira é a minha jornada, sabe? Foram cinco anos de todo um trabalho que fizemos após a prata no Rio, junto com a comissão técnica. Olhar para trás e ver o quanto a gente melhorou, o quanto a gente buscou evoluir. Eu só tenho a agradecer a equipe multidisciplinar da seleção que é incrível, que vem desenvolvendo um trabalho, isso me motiva a cada dia a chegar no topo - disse a judoca. A jornada a que se refere Alana e que começou aos 4 anos inclui, logicamente, o duro diagnóstico recebido aos 14 anos de doença de Stargardt, anomalia congênita que provoca a progressiva perda da visão (raramente total) pela degeneração da parte central da retina. Agora, aos 26 anos, Alana possui apenas 10% da visão em cada olho. Mas o que poderia colocar um ponto final na trajetória esportiva da Alana no judô foi apenas o começo. Ela se recorda que conheceu e se apaixonou pelo judô paralímpico em 2014. "Quem me ajudou a conhecer [o judô paralímpico> e entrar na modalidade foi o pessoal da AMEI [Associação Mariliense de Esportes Inclusivos>, de Marília, da qual faço parte até hoje. Por mais que a gente encontre dificuldade no caminho do esporte e na nossa vida, desistir do judô nunca passou pela minha cabeça", disse Alana. No embalo do ouro paralímpico, Alana Maldonado aproveitou para pedir reforço no suporte ao esporte paralímpico e agradecer a torcida brasileira e em especial da família, através das redes sociais. A mãe Patrícia e o irmão Rafael se juntaram nesta madrugada a outros familiares para torcer pela judoca. "Queria agradecer toda a torcida e pedir para as pessoas apoiarem o esporte paralímpico. Prestigiem os Jogos Paralímpicos, mandem energia positiva e continuem na torcida por nós. Toda essa energia faz muita diferença, sentimos esse calor", disse.

G1

BANNER ALFA

Compartilhe:

Receba Notícias do TupãCity pelo Whatsapp


Participe dos nossos grupos

Fique informado em tempo real sobre as principais notícias de Tupã e região.

Instagram