Paineira Tupã

A Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) confirmou nesta segunda-feira (30) o primeiro caso positivo da Covid-19 pela variante Delta, em Presidente Prudente (SP). Conforme a VEM, esse é o primeiro caso autóctone, ou seja, foi contraído no próprio município. De acordo com a VEM, o paciente é um homem de 57 anos, que começou a apresentar sintomas no dia 7 de agosto e não viajou para outra localidade, porém, teve contato com a esposa que esteve no Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 27 e 31 de julho e que também foi diagnosticada com a mesma variante.

Presidente Prudente confirma primeiro caso da variante Delta
Presidente Prudente confirma primeiro caso da variante Delta
A Prefeitura informou que o Rio de Janeiro é onde se concentra a maior concentração de casos da Delta no país. Ambos apresentaram sintomas leves e já estão curados da doença. Conforme informações do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), a variante Delta é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma variante de preocupação mundial (VOC). Sequenciamento genético Pacientes infectados com a variante Delta têm o dobro de chance de serem hospitalizados em comparação com aqueles que foram infectados pela Alfa, que se originou no Reino Unido. Esse é o resultado da análise feita com o sequenciamento genético das amostras de 43 mil pacientes britânicos com a Covid-19, com artigo publicado na sexta-feira (27) pela revista "The Lancet". Além disso, a pesquisa também apontou que há um risco 1,5 maior de atendimento de emergência para pessoas infectadas com a variante Delta em comparação com a Alfa. A Delta tem, portanto, uma chance mais alta de causar a sobrecarga dos sistemas de saúde, principalmente quando atinge pessoas não vacinadas e grupos vulneráveis. Um ponto importante do estudo é que a maioria dos pacientes analisados não estava completamente imunizada (98%) por qualquer uma das vacinas contra a Covid-19 disponíveis. Por isso, os dados não podem ser utilizados para comparar as duas variantes em pacientes que já completaram o ciclo vacinal. Segundo os autores, no entanto, o estudo reforça a importância da vacinação contra o coronavírus. "Nossa análise destaca que, na ausência da vacinação, qualquer surto da Delta irá representar um peso maior para a saúde do que em uma epidemia da Alfa. Em primeiro lugar, a vacinação completa é crucial para reduzir o risco de uma infecção sintomática com a Delta, e, ainda mais importante, para reduzir o risco de uma Covid-19 grave com internação hospitalar", disse a pesquisadora da Universidade de Cambridge Anne Presanis, uma das principais autoras. Os pesquisadores fazem ressalvas com relação ao estudo: alguns grupos demográficos da Inglaterra podem estar mais propensos a buscar atendimento hospitalar, o que pode apontar alguma mudança nos resultados. Além disso, os autores não tiveram acesso às condições de saúde prévias dos pacientes, o que também pode mudar o risco de internação. Vacinas funcionam Com o ciclo vacinal completo, as vacinas têm uma alta taxa de eficácia contra a variante Delta. Uma pesquisa divulgada no final de julho apontou que a eficácia da vacina da AstraZeneca chega a 67% contra a variante Delta após as duas doses, com resultados entre 61,3% a 71,8%. No caso da Pfizer/BioNTech, o mesmo índice chega a 88%, com variação entre 85,3% a 90,1%. O artigo foi assinado por pesquisadores do sistema de saúde do Reino Unido, da Universidade de Oxford e do Imperial College London. Um outro estudo, mesmo que preliminar, também sugere uma boa resposta da CoronaVac. Ao menos quatro vacinas de vírus inativado — incluindo a vacina do Instituto Butantan — provaram sua eficácia "no mundo real" contra casos graves de Covid-19 causados pela variante Delta, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China. Entre os avaliados, cerca de 1,7 mil pacientes receberam as duas doses da vacina - que poderia ser a CoronaVac, as da Sinopharm (que tem dois imunizantes usados no país) ou a da Biokangtai. Ao menos 5 mil não haviam sido vacinados e cerca de 4 mil haviam recebido apenas a primeira dose. De todos os pacientes infectados pela Covid-19, os mais de 10,7 mil, apenas 102 tiveram pneumonia - mas destes, 85 foram em pessoas não vacinadas (do restante, foram 12 pessoas que receberam apenas a primeira dose da vacina e 5 entre os que foram completamente vacinados). Já a Janssen anunciou no início de julho que a sua vacina, também em aplicação no Brasil, é eficaz contra a variante Delta, com uma resposta imunológica que dura pelo menos oito meses. "Acreditamos que nossa vacina oferece proteção duradoura contra a Covid-19 e provoca uma atividade neutralizante contra a variante Delta", afirmou o diretor científico da J&J, Paul Stoffels, em um comunicado da empresa.

G1

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