Cinco anos após transplante, professor que percorre 800 km de bike e a pé para incentivar doação de medula reencontra doador
17/09/2021 Carlos Rezende saiu da cidade dele, Campo Grande (MS), no dia 7 de setembro, com destino a Jaú (SP), onde passou pelo procedimento em 2016 após ser diagnosticado com aplasia medular severa.
Cinco anos depois de receber a doação de medula óssea e "renascer", como ele mesmo define, o professor de biologia Carlos Rezende enfrenta um novo desafio, e agora para ajudar o próximo. Para incentivar a doação de medula óssea, O professor está percorrendo 800 km, do Mato Grosso do Sul até o interior de SP, correndo e pedalando.
A jornada começou no dia 7 de setembro em Campo Grande, cidade onde o professor Carlão, como é conhecido pelos amigos, mora e termina neste sábado (18), em Jaú (SP).
A cidade paulista foi escolhida por ser o lugar onde ele recebeu uma nova chance de vida, em 2016, após ser diagnosticado com aplasia medular severa um ano antes. Não por acaso, neste sábado é comemorado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea.
"Comecei a jornada na cidade onde eu cresci, passando por Presidente Prudente (SP), onde nasci e finalizando em Jaú, a cidade onde eu renasci, graças ao transplante de medula óssea realizado no Hospital Amaral Carvalho. Existe essa história toda e está sendo tudo muito emocionante, poder chegar em Jaú nesse dia tão importante", afirma.
O professor começou correndo e pedalando cerca de 100 km por dia na primeira semana e nos últimos dias reduziu para 50 km diários. Na jornada, acompanhada por um veículo de apoio, ele faz as mudanças de roupas e equipamentos para seguir de bike ou correndo.
Nessa sexta-feira (17), como parte dessa jornada, ele teve um reencontro especial com a pessoa que salvou sua vida. Foi por meio do do cadastro de doadores de medula óssea, o Redome, que o Carlos encontrou um doador compatível. A chance de ter compatibilidade é de 1 para 100 mil.
O doador, o jovem Luís Eduardo de 27 anos, vem do Paraná para Bauru para participar dessa iniciativa do professor que busca incentivar mais pessoas a tomarem atitudes como a dele - de se cadastrar como doador de medula.
"A minha bandeira com esse desafio é chamar atenção para doação de sangue, medula óssea e órgãos para que todo mundo se torne um doador."
"Eu sei que uma pequena porção de sangue de um doador, que estendeu o braço sem saber para quem ele estava doando, por um banco chamado Redome, ele efetivamente salvou a minha vida", declara o professor.
Os dois se conheceram em 2019 e devem finalizar o percurso juntos neste sábado. Nos últimos 5 km, Carlos terá a companhia de Luís Eduardo e também da namorada do professor, Tatiana, que o acompanhou durante toda a viagem no carro de apoio. O grupo vai ser recebido pela equipe responsável pelo transplante no Hospital Amaral Carvalho.
Esse reencontro com o doador e com as pessoas que fizeram parte desse "renascimento" de Carlos veio para fortalecer ainda mais a mensagem que o professor quer passar com a realização do Desafio Sangue Bom, que busca incentivar também a doação de sangue e órgão.
"A chegada é para marcar o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, que faz parte do Setembro Verde. Ao longo do caminho, conversamos com prefeitos e lideranças das cidades para alertar sobre a importância da doação solidária de medula óssea, órgãos e sangue. O projeto é para chamar a atenção da população para essa causa", diz o professor.
"E vai ter esse momento inédito e emocionante de um doador e um receptor chegando juntos numa iniciativa desse porte", completa.