Feirantes pedem retorno imediato de consumo no local
08/10/2021
Feirantes também reclamam sobre o horário de atendimento nas feiras livres
Nesta quinta-feira, dia 7, aconteceu a feira livre nas proximidades da Praça da Bandeira, mas novamente sem a presença de público para consumo nas barracas de pastéis, por conta da pandemia. Muitos feirantes deixaram a atividade e não montam mais suas barracas de frituras. Isso prejudica ainda os demais feirantes, porque o movimento cai e, consequentemente, as vendas diminuem para todos. A determinação da Prefeitura de Tupã em proibir o consumo no local, justificando a prevenção contra o novo coronavírus (Covid-19), já não está mais sendo aceita por feirantes que cobram medidas do poder público para não encerrarem suas atividades. "Não sabemos o que está acontecendo. Isso já é um descaso com os pasteleiros e com todos os feirantes. Tem até festa na cidade e a feira ainda não voltou ao normal", disse a feirante Silvana Batista da Silva. Muitos feirantes também reclamam sobre o horário de atendimento nas feiras livres, que ainda não voltou ao normal, como já aconteceu com o comércio. "Aos domingos eu chegava às 3 horas da manhã na feira e vendia muito para as pessoas que retornavam dos eventos. Isso é uma tradição em Tupã", disse. "As pessoas me ligam de madrugada perguntando se eu não vou vender pastel, mas eu não posso trabalhar. Agora é só depois das 5 horas da manhã. Minha renda já caiu 50% e na madrugada eu vendia muito. E para piorar, as pessoas não podem mais comer na feira", acrescentou. Aos domingos, a feira livre acontece das 5 às 12 horas. E às quintas-feiras, das 14h30 min às 20 horas. "Antes vendíamos até as 22 horas. Hoje temos que parar de vender às 20 horas. Nossas vendas caíram muito", afirmou a feirante. Silvana disse que os feirantes esperam soluções da prefeitura para que possam retomar suas atividades normalmente. "Dói o coração ter que ver o nosso cliente de tanto tempo comer na calçada, porque não pode ficar na feira. Queremos trabalhar e ter a nossa vida de volta", destacou. Apesar da alta no preço dos alimentos, a feirante disse que esse mesmo reajuste não é repassado aos clientes. "Os produtos estão cada vez mais caros. Tem gente que parou de vender pastel, porque está tudo caro. Os preços não estão compensando. Temos que voltar a vender como antes, porque vai chegar a hora em que vamos parar também", afirmou. "A carne que antes pagávamos R$ 12,00 o quilo, está custando agora mais de R$ 20,00. O quilo do queijo que custava cerca de R$ 80,00, agora estamos pagando R$ 115,00. Não temos mais condições de aumentar o preço do pastel", enfatizou. Silvana disse que é costume dos clientes irem na feira para consumir os produtos no local. E segundo a feirante, a presença dos clientes nas barracas aumenta as vendas para todos. "Os clientes querem ficar na feira e ter o mínimo de conforto. E indo na feira, as pessoas acabam comendo mais e fazendo compra em outras barracas. Todos os feirantes estão sendo prejudicados", disse. Silvana disse que até o momento os feirantes continuam sem resposta da prefeitura. "Fomos na prefeitura e eles sempre nos pedem para esperar. Mas nada se resolve. Quando tudo estava fechado, o pessoal até entendia. Mas agora que o comércio voltou ao normal, estamos sem entender o motivo pelo qual não podemos também trabalhar como era antes. Cumprimos todos os protocolos de segurança como os demais estabelecimentos", disse. Para os feirantes, a prefeitura trata esse setor com diferença em relação ao comércio que já atende seus clientes no local, como bares e restaurantes, por exemplo. "Não entendemos o motivo. Muitas conveniências estão lotadas, com pessoas sem máscaras nas ruas e não acontece nada. Se esses locais podem receber clientes, a feira, que cumpre todos os protocolos, também pode. Ninguém está fazendo nada por nós", afirmou Silvana. "Parece que a feira atrapalha a cidade. Na verdade, a prefeitura tinha que investir mais na feira que é uma tradição. Em Marília, a feira é grande e tem até banheiro químico. Aqui não temos nenhuma ajuda nesse sentido. Tudo o que eu tenho vem do meu trabalho na feira. Até o comércio vai trabalhar em horário estendido na Semana das Crianças e nós não podemos. Queremos trabalhar para voltar a atender os nossos clientes", concluiu.
Diário Tupã
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