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Não tem jeito, dezembro é o mês das festas, confraternizações, Natal, Réveillon e, consequentemente, o consumo de bebida alcoólica aumenta muito nessa época. Mas não pense que esses abusos de final de ano não trazem algumas consequências para o nosso organismo, principalmente no aparelho digestivo. O médico André Pinto, cirurgião gástrico no Instituto Endovitta, explica os efeitos inflamatórios das bebidas alcóolicas. "O álcool vai irritar o aparelho digestivo, o esôfago, o estômago, o intestino. Essa irritação na parede dos órgãos vai aumentar as chances de gastrite, úlcera, esofagite", diz. "A pessoa vão ter asia, queimação e pode ter diarreia". O nutrólogo José Eduardo lembra também os efeitos no ganho de peso. "Porque a cada grama de álcool, tem sete calorias. Às vezes as pessoas se preocupam tanto com os carboidratos, mas uma grama de carboidrato tem quatro calorias. É uma bebida hipercalórica e dificilmente as pessoas ficam em um copinho só", observa o médico.

Os efeitos no sistema digestivo são agravados pela alimentação, que também não é nada saudável. "As pessoas geralmente bebem muito à noite, comem muito à noite. Principalmente o que não é bom, como gordura, fritura, enlatados, embutidos que também podem irritar o estômago. Para piorar, quando a pessoa come e deita com o estômago muito cheio, aumentam as chances de ter refluxo", conta André Pinto. A combinação de comida gordurosa e bebida alcóolica sobrecarrega o fígado, que é o órgão do aparelho digestivo responsável por filtrar o sangue e eliminar as toxinas do corpo. No caso de quem toma medicamento regularmente fica mais complicado. "O fígado é um motor do nosso organismo responsável pela nossa limpeza e quanto mais coisas dermos para ele fazer, ele vai tentar resolver tudo da melhor forma possível. Porém, quanto mais coisas colocarmos para ele fazer, mais difícil vai ser, mas ele vai trabalhar e podemos causas ainda mais danos celulares", afirma José Eduardo. A regra é o equilíbrio Calma, fique tranquilo, os especialistas não querem que ninguém deixe de aproveitar as comemorações de dezembro. Principalmente após quase dois anos de restrições causada pela pandemia do coronavírus. A palavra de ordem é equilíbrio. "Orientamos não fazer uma ingesta de álcool muito grande em um curto espaço de tempo. Vai ingerir álcool, toma poucas quantidades a noite inteira, intercale com a ingestão de água ou suco natural para diluir um pouco desse álcool", explica o cirurgião gástrico. O nutrólogo concorda e acrescenta: "Quem toma cerveja, que é o mais comum no calor, acaba bebendo uma atrás da outra e usa a própria cerveja para matar a sede. Com isso, acaba bebendo muito mais. Se intervalar cada cerveja com um copinho de água, é um jeito de enganar um pouco, saciar a sede e acaba bebendo menos álcool", ressalta José Eduardo. O dia seguinte Uma outra forma de amenizar os efeitos prolongados da bebida alcoólica no período de festas e não exagerar todos os dias. "No dia seguinte, primeiro é importante dormir pelo menos oito horas, ingerir pelo menos dois litros de líquido ao longo do dia, diminuir a quantidade de alimentos e distribuir ao longo do dia, com uma dieta mais leve, beber mais sucos naturais, que também têm uma quantidade de açúcares e vai ajudar a diminuir essa sensação de mal estar do organismo, porque o álcool causa desidratação", orienta André Pinto. Nem pense em fazer exercício físico pesado, achando que vai compensar o ganho calórico do dia anterior, ou ajudar a diminuir a ressaca. O clínico geral é taxativo, até porque a irritação do aparelho digestivo não passa automaticamente. "Não fazer uma atividade física intensa no dia seguinte, porque já há um quadro de desidratação e pode piorar com atividades físicos. Se for fazer alguma coisa, é uma caminhada leve, mas se estiver muito sol é melhor não fazer. Quem achar que fazer atividade física forte no dia seguinte para perder as calorias que ganhou no dia anterior vai passar mal. A irritação do sistema digestivo pode dar asia, náusea, vômitos também no dia seguinte", conclui André Pinto.

R7

HUM TUPÃ

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