Levantamento revela que em 3 meses choveu mais que todo ano passado na bacia do Rio Lençóis
10/04/2022 Altos índices de chuva em 2022 foram apontados como o principal motivo da enchente que atingiu a cidade em janeiro deste ano; projeções indicam outono menos crítico em relação à falta de chuvas.
Um levantamento publicado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Lençóis apontou que, pelo terceiro mês seguido, os volumes de chuva da bacia do Rio Lençóis, que abrange sete cidades em uma área de 1 mil km², fecharam com índices que já superaram o que choveu durante todo o ano de 2021.
Segundo o Comitê, o excedente de chuvas referente a março deste ano foi de 145 milímetros e, dessa forma, fechou em 100% a compensação hidrológica dos déficits de 1.112 milímetros acumulados nos 12 meses de 2021.
No primeiro trimestre deste ano, a bacia registrou um superávit de 1.212 milímetros, ou seja, 100 milímetros a mais na comparação com todo o ano de 2021.
Esse alto índice chuvas também foi apontado pelo órgão como o principal motivo causador da enchente que atingiu Lençóis Paulista no final de janeiro.
A conclusão está em relatório de investigação de técnica concluído pelo Comitê e aprovado pela Câmara Técnica, que será encaminhado ao Ministério Público Estadual para as providências de correções de algumas não-conformidades apuradas durante a enchente.
Esse tipo de monitoramento dos níveis de chuva e ações como as simulações de situação de enchentes têm como objetivo prevenir eventos severos como a enchente histórica de janeiro de 2016 que provocou a decretação de estado de calamidade pública e causou a morte de um morador achado enroscado em galhos do Rio Lençóis.
A tendência, segundo as tabulações dos modelos hidrológicos históricos para a bacia do Rio Lençóis, é que o outono deve apresentar cotas de chuvas sem perspectivas deficitárias ou bem próximas das cotas mínimas.
Desde 2017
O Comitê acompanha os índices de chuvas na região, por meio da modelagem hidrológica desde 2017, para determinação de contribuições de drenagens da bacia do rio, por meio de dez estações de mediações pluviométricas e, das vazões e níveis de volumes.
Nos próximos meses, o Comitê deve seguir acompanhando o período de estiagem para observar as condições de recargas hidráulicas mínimas da bacia hidrográfica.
Assim como em 2021, os monitoramentos são necessários para acompanhar eventuais ocorrências de secas severas e possíveis comprometimentos dos reservatórios.
Caso ocorra alguma anormalidade, o Comitê faz a intermediação de ações entre os municípios e empresas circunscritas na área da bacia hidrográfica para tomar medidas.