Mulher diz a passageira negra que o cabelo dela poderia passar doença; vídeo mostra passageiros gritando racista
03/05/2022 Revoltadas, as demais pessoas que estavam no vagão impediram a saída da agressora até a chegada da Polícia Militar. Vítima registrou boletim de ocorrência.
Uma mulher negra sofreu racismo em um vagão do Metrô de São Paulo no final da tarde desta segunda-feira (2). O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Welica Ribeiro, que é do Rio de Janeiro, estava no vagão com o irmão e o pai. Segundo ela, uma mulher branca, de cabelos loiros, que estava sentada ao seu lado pediu para que ela tomasse cuidado com seu cabelo, que "poderia passar alguma doença".
O irmão de Welica, Jonatan Ribeiro, viu a cena e começou a filmar a discussão. "Eu sugeri raspar minha cabeça para não incomodá-la", diz Welica.
O corretor de imóveis Samuel Lopes, que estava no momento, presenciou o que a mulher loira disse.
"Uma mulher, na hora, virou assim: moça, você pode tirar seu cabelo, que você pode passar alguma doença para mim? . Naquela cara de cinismo mesmo".
Revoltados, os outros passageiros gritaram "racista" para a mulher e impediram sua saída até a chegada da Polícia Militar.
Depoimentos na delegacia
Welica, seu irmão Jonatan e a testemunha foram até uma delegacia registrar a ocorrência. A mulher que fez as ofensas também foi ouvida.
No termo de depoimento que o irmão da vítima prestou, foi registrado o nome de Agnes Vajda como sendo a mulher que proferiu as ofensas.
Nas redes sociais, ela se identifica como assistente consular do Consulado da Hungria em São Paulo.
A reportagem procurou o Consulado da Hungria, que ainda não se manifestou.
O Metrô informou que "os seguranças atuaram na proteção dos envolvidos".
Na saída da delegacia, Welica conversou com a reportagem.
"Eu espero que as pessoas entendam de uma vez por todas que somos iguais, somos seres humanos. A gente nasce igual todo mundo, a gente vai terminar como todo mundo, que não existe melhor do que ninguém. As pessoas precisam entender que precisamos ser respeitados, não porque somos negros, mas porque somos seres humanos e a gente merece respeito", disse a vítima.