Chuva de meteoros: astrônomo dá dicas para observar fenômeno nesta semana no interior de SP
04/05/2022 Chuva de meteoros Eta Aquáridas tem pico entre quinta (5) e sexta-feira (6); astrônomo de Nhandeara (SP) Renato Poltronieri explica como ocorre o fenômeno e como visualizá-lo melhor.
Uma chuva de meteoros promete enfeitar o céu do noroeste paulista nesta semana. Trata-se da Eta Aquáridas, que ocorre quando a Terra atravessa o rastro de poeira deixado pelo Cometa Halley.
De acordo com o astrônomo de Nhandeara (SP) Renato Poltronieri, que integra a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o pico da chuva de meteoros vai ocorrer entre quinta (5) e sexta-feira (6).
"A constelação de Aquário, de onde vem esta chuva, surge antes de amanhecer do dia 6. Então, se quiser ver algo, tente observar a partir das 3h30. Sempre procurando observar o céu em local mais limpo, sem poluição luminosa. O interior sempre favorece por ter cidades pequenas", explica Renato.
"Pode ocorrer um aumento no número de meteoros. Porém, nos últimos anos, essa chuva está meio fraca [entenda mais abaixo>. Os cálculos indicam até 40 meteoros por hora, mas não podemos confiar nisto e sim apenas observar."
A chuva de meteoros Eta Aquáridas começou no dia 21 de abril, vai até 12 de maio e tem melhor visibilidade no Hemisfério Norte. Porém, no Brasil é possível prestigiar o fenômeno em condições ideais, segundo o astrônomo. Confira:
- Opte por observar o céu no horário de pico da chuva de meteoros, a partir das 3h30 dos dias 5 e 6;
- Vá a uma área onde não haja poluição luminosa;
- Acompanhe se não há previsão de chuva, pois dificulta a visibilidade dos meteoros;
- Para facilitar a localização da Constelação de Aquários há aplicativos que "escaneiam" o céu, como o Star Chart, Stelarium e Star Walk;
- Não há necessidade do uso de lunetas ou telescópios.
"Aqui em Nhandeara eu tenho seis câmeras monitorando o céu, desde 2014, e não temos mais chuvas maravilhosas como antes. A cidade com baixa poluição luminosa, no caso em Nhandeara ou proximidades de Votuporanga, continua sendo um bom local para observar", diz Renato.
Chuva de meteoros mais fraca
O astrônomo explicou o motivo pelo qual a chuva de meteoros tem se tornado mais fraca com o passar dos anos.
No caso da Eta Aquáridas, os rastros do Cometa Halley se espalham pelo espaço com o passar dos anos devido aos ventos solares, por exemplo. Por isso a duração da chuva de meteoros tem se tornado maior, mas menos intensa.
"Para a gente comparar, um exemplo é uma pessoa que fuma. Quando a gente assopra a fumaça do cigarro, faz aquele rastro. Suponhamos que aquele é o rastro que o cometa deixou. Isso há muitos e muitos anos. No caso do Halley, não é a passagem de 1910 ou de 1986, é de milhares de anos atrás. É a fumaça, aquela trilha, ao longo dos anos, vai se espalhando no espaço por ventos solares e outros fatores que levam o espalhamento."
"A chuva de meteoros que era de dois ou três dias agora varia de 10 a 12 dias, porque fica uma camada maior. Porém, a grande concentração de partículas que a gente via no passado se espalharam e é o que infelizmente vem acontecendo nos últimos anos. A gente não tem mais uma chuva de meteoros como antes."