Cresce busca por leito pediátrico e ala tem desfalque em Marília
13/06/2022 Uma médica, que prefere não se identificar, revelou que faltam pediatras na cidade. A profissional conta que a situação é geral, com equipes sobrecarregadas.
A chegada do tempo mais frio e seco tem afetado a saúde das crianças em Marília e região, o que tem ocasionado a sobrecarga nos atendimentos pediátricos em todas as unidades de saúde da cidade.
Síndromes gripais e respiratórias, contando ainda com o aumento de casos de Covid-19, são os principais problemas enfrentados nessa época do ano. A UTI pediátrica/neonatal do Hospital Materno Infantil (HMI) está com 100% de ocupação e a enfermaria com 150%.
No HMI, que faz parte do Complexo HC/Famema, são oito leitos de enfermaria, mas 12 crianças estão internadas. Apesar da superlotação, apenas uma está com confirmação para Covid-19. As outras 11 estão enquadradas em casos suspeitos.
Os pacientes são de Marília (3), Garça, Júlio Mesquita, Bastos, Ubirajara, Pompeia, Guaimbê, Vera Cruz e Campos Novos Paulista. Já as duas crianças internadas na UTI são de Marília e Ocauçu.
De acordo com a assessoria do HMI, a alta demanda é de pacientes com queixas de síndromes gripais, cujos leitos destinados somam oito na enfermaria e dois em UTI (sendo um de UTI Neonatal e outro de UTI Pediátrica). A queda da temperatura é uma das explicações para o aumento da demanda.
Uma médica, que prefere não se identificar, revelou que faltam pediatras na cidade. A profissional conta que a situação é geral, com equipes sobrecarregadas. Sem conseguir dar conta do recado, médicos estariam pedindo demissão, e escalas de plantão que não fecham.
Apesar da pressão, o problema não estaria apenas no aumento da demanda de crianças com problemas respiratórios. O HC/Famema conta com aproximadamente 2.300 colaboradores, sendo que 549 deles precisaram ser afastados só neste ano, em decorrência de resultado positivo para a Covid-19. Ou seja, em seis meses, cerca de 24% dos funcionários contraíram a doença, quase um quarto do total dos profissionais da saúde da instituição. Mesmo com o quadro, o hospital afirma que não houve ausência de médico pediatra no HMI.
O Hospital da Unimar também confirmou o aumento na demanda na pediatria. Tanto que foi montado um setor exclusivo só para atender este público, tanto pelo SUS quanto no convênio particular.
A UPA da zona Norte, que também é comandada pela equipe médica do Hospital da Unimar, abriu contratação para mais médicos pediatras.
Segundo a instituição, a alta os últimos meses de casos de síndromes respiratórias, incluindo de Covid-19, pressionaram a adoção destas medidas. A própria Prefeitura publicou, na edição desta quinta-feira (9) do Diário Oficial do Município, um contrato aditivo para incremento temporário de valor financeiro no valor de R$ 49,6 mil, para arcar com os custos da demanda extraordinária de casos clínicos respiratórios pediátricos na UPA.
CUIDADOS
O tempo mais seco e frio desta época do ano desencadeia ou complica ainda mais os quadros de doenças respiratórias.
Para amenizar os sintomas, especialistas indicam que os pais devem tomar algumas medidas, como evitar ambientes aglomerados, evitar expor as crianças à poeira e fumaça; oferecer para a criança uma alimentação saudável; não dar remédio sem orientação de um médico e manter a criança sempre hidratada, oferecendo líquidos, mais vezes, durante o dia.