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Com vídeos que recebem milhares de visualizações nas redes sociais, a influencer Amanda Mangili, de 22 anos, tem se tornado uma referência para as pessoas com deficiência, especialmente as crianças. A jovem, que tem paralisia cerebral, produz a maioria dos vídeos que fazem sucesso na internet sozinha, desde a gravação até a edição e publicação nas redes sociais. Há pouco mais de um ano, a carreira de influencer era ainda um sonho na vida da moradora de Dois Córregos, que começou a se concretizar depois que a jovem alcançou mais de 100 mil seguidores, mesmo sem conseguir se comunicar por fala devido a sequelas auditivas da paralisia, e foi contratada por uma agência de publicidade que atua em todo o país e tem como uma das sócias a cantora Preta Gil. A grande paixão de Amanda são as maquiagens e é com vídeos de tutoriais de como usar os produtos que a influencer mais acumula curtidas em seu perfil no Tik Tok. Uma de suas lives chegou a ter 8 mil pessoas acompanhando e 1 milhão de curtidas. "A mães de crianças com deficiência entram em contato comigo para falar que se sentem representadas, que amam ver os vídeos da Amanda, que não vão dormir enquanto ela não finaliza as lives. É muito gratificante", afirma a mãe da influencer Janaína Mangili.

Jovem de 21 anos tem o sonho de ser influencer digital — Foto: Clau Bueno / Divulgação
Jovem de 21 anos tem o sonho de ser influencer digital — Foto: Clau Bueno / Divulgação
Apoio de famosos A repercussão tem sido tão grande que Amanda recebeu elogios de famosos, entre eles, da cantora e vencedora do BBB 21, Juliette Freire. "Em vários vídeos, a Amanda faz a maquiagem ouvindo as músicas da Juliette, ai várias seguidoras começaram a compartilhar e marcar a cantora até que chegou nela e no twitter ela elogiou a Amanda. Ficamos emocionados." A influencer também teve vídeos do Tik Tok compartilhados pela cantora Luisa Sonza em seu perfil do Instagram. Para Janaina as conquistas da filha são pequenas vitórias na luta pela inclusão das pessoas com deficiência. A mãe conta que agora o novo objetivo da filha nessa nova fase é conseguir ter uma linha de produtos de maquiagem com seu nome. "Com todas essas coisas boas que estão acontecendo, com a repercussão da Amanda nas redes sociais a gente acredita que esse sonho está bem próximo de se realizar, estamos empenhados nesse objetivo." Caminho difícil Para quem acompanha toda a desenvoltura da Amanda na produção dos conteúdos nas redes sociais é até difícil imaginar as dificuldades que ela enfrentou desde que nasceu. A jovem nasceu prematura aos 8 meses de gestação e desenvolveu um quadro grave de icterícia neonatal, uma doença causada pelo excesso de uma substância produzida a partir da destruição de glóbulos vermelhos do sangue, a bilirrubina. O excesso da substância se não for controlado da forma adequada pode causar lesões no cérebro. Essas complicações recebem o nome de kernicterus. Foi o que aconteceu com a Amanda quando ela ainda era uma recém-nascida e provocou a paralisia cerebral. "Com cinco meses ela não sentava e não firmava a cabeça, quando sete meses também não e com oito meses ainda não e o pediatra falava que era normal pelo o que ela tinha passado. Mas só descobrimos que tinha algo errado quando ela ficou doente e o pediatra dela tinha viajado, então fomos para Jaú", lembra Janaína. A mãe conta que foi o pediatra da cidade vizinha que percebeu tinha alguma coisa errada assim que viu Amanda. "Ele perguntou o que essa bebê teve quando nasceu? E quando nós contamos, ele explicou que a icterícia vai pro cérebro e a infecção ali mata células responsáveis pela coordenação motora, aquelas células que são responsáveis por você sentar, por você ter o seu controle." Com o diagnóstico, Amanda começou os tratamentos que, segundo o médico deveriam ter sido realizados desde os dois meses de vida. Foi uma luta contra o tempo e previsões médicas pouco animadoras. "Era cavalo, era fisio, fono, constante, semana toda. E isso foi por 17 anos, essa rotina. Aos quatro anos, ela andou. E eles [médicos> falavam que ela não ia andar. Não ia andar e que ela ia ficar em um estado vegetando. E foi tudo ao contrário. Quando ela tinha 4 anos, nós ouvimos um barulho e quando olhei ela veio pelo corredor andando. Foi emocionante." Sequelas auditivas Amanda também teve sequelas auditivas, por isso ela não ouve perfeitamente e não aprendeu a falar. Mas, cada avanço da filha, que conseguiu ser alfabetizada e também aprendeu a se comunicar pela Língua de Sinais, é uma realização também para Janaína, que nunca desistiu de lutar pelo desenvolvimento da jovem. "Eu tenho uma convicção que eu ia conseguir ajudar a Amanda a andar e ela conseguir fazer certas coisas. Não, ela não vai ficar numa cadeira de roda, não, ela não vai precisar de fralda pro resto da vida, ela não vai. Eu chorava e falava, ela não vai ser assim. E aí, eu acho que foi mais a força dela, porque ela sempre foi muito feliz, sabe? Tudo ela sorria, ela nunca foi até uma terapia chorando. Eu acho que é um conjunto, as terapeutas foram boas, o tratamento foi bom e a força de vontade dela é demais", completa.

Portal G1

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