O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira, 9, durante coletiva de imprensa em Brasília, os cinco primeiros nomes a integrar o quadro de ministros do seu futuro governo.
Ao lado da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PT), e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), o petista anunciou a escolha do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para o Ministério da Fazenda, confirmando a indicação mais aguardada por parlamentares, políticos e pelo mercado.
A definição de Haddad para o cargo já era ventilada desde o início da transição, coordenada pelo vice-presidente eleito, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB). O ex-prefeito de São Paulo chegou a se reunir nas últimas semanas com representantes do mercado financeiro, empresários, banqueiros e esteve em reunião com o Banco Mundial, fatores que já apontavam o nome do petista como chefe da Fazenda.
Nesta quinta-feira, 7, inclusive, o também ex-ministro da Educação teve um encontro de 1h30 com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, o que indiretamente antecipou a escolha de Haddad para o ministério. Assumindo postura de representante da pasta, o ex-prefeito afirmou que a conversa foi "excelente". "A gente quer que seja a mais suave possível e com os desdobramentos que todos esperamos, que o Brasil cresça mais, gere mais oportunidades", afirmou.
Outros quatro ministros foram anunciados. Para o Ministério da Defesa, o escolhido é José Múcio Monteiro, ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). "José Múcio, grande companheiro, grande ministro da Defesa. Logo depois do jogo do Brasil vou ter uma reunião com ele, com os comandantes que ele já conversou, para que a gente possa começar a discutir o futuro do nosso país", afirmou Lula. A expectativa é que os novos comandantes das Forças Armadas sejam anunciados nos próximos dias. O nome de Múcio já era debatido nos bastidores há semanas.
Ainda no mês passado, o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), atual coordenador dos grupos técnicos do governo de transição, já havia antecipado que, diferente do atual governo, que tem como ministro da Defesa um militar, o terceiro mandato do petista vai resgatar a indicação de um civil ao cargo.
"O presidente já disse isso publicamente. O ministro da Defesa será um civil, foi no governo dele e será", disse Mercadante, em 18 de novembro. O último civil a assumir o cargo na Defesa foi Raul Jungmann, durante o final do governo de Dilma Rousseff (PT).
Na pasta da Justiça e Segurança Pública, o escolhido é o senador eleito pelo Maranhão, Flávio Dino, que também foi governador do Estado, deputado federal e juiz. Durante o anúncio, Lula disse ter certeza de que o político "vai ajudar a consertar muitas coisas nesse país". "Grande companheiro, com uma história política consagrada como deputado, como presidente da Embratur, como militante de esquerda, como juiz federal, é o nosso companheiro Flávio Dino.
Ex-governador do Maranhão, eleito senador da República, que vai ser o nosso querido companheiro da Justiça. Tenho certeza que o Flávio Dino vai ajudar a consertar muitas coisas nesse país", concluiu o petista, em pronunciamento rápido. Fora da política, Dino também presidiu a Associação Nacional de Juízes Federais (Ajufe), foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidente da Embratur, de 2011 a 2014, durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff.
Na Casa Civil, a escolha foi pelo atual governador da Bahia, Rui Costa. Economista pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), o político é filho de metalúrgico, sindicalista e participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) no Estado baiano.
"Rui Costa, companheiro governador da Bahia, companheiro deputado federal, companheiro sindicalista petroquímico, que certamente vai prestar um extraordinário serviço na Casa Civil e será o meu ministro-chefe da Casa Civil", afirmou Lula, nesta sexta-feira. O presidente eleito também anunciou o embaixador Mauro Viera para o Ministério das Relações Exteriores.
"Tenho uma grande relação com Vieira, tive uma extraordinária relação quando presidente e resolvi escolher ele para ser o meu ministro", completou o petista. A expectativa é que novos ministros sejam anunciados na próxima semana e os já escolhidos iniciem as articulações. "Espero que eles passem a trabalhar como jamais trabalharam, porque a tarefa que lhes foi incumbida será sempre mais difícil do que já foi feito", declarou Lula.
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