Família tenta voltar para Tupã após tragédia causada pelas chuvas no Litoral Norte de SP
21/02/2023 A família viajou para a Praia de Camburi e chegou ao local na quinta-feira (16) à noite. ""A sensação é que a cidade está derretendo", relata Pamela
"A sensação é que a cidade está derretendo". Foram essas as palavras usadas por Pamela Garcia Lopes Hanamoto para descrever a situação vivida por ela e sua família em meio à tragédia provocada pelas chuvas no Litoral Norte de São Paulo.
A família viajou para a Praia de Camburi e chegou ao local na quinta-feira (16) à noite, se hospedando em um hotel. Mas a expectativa de viver bons momentos juntos se transformou em um filme de terror.
Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) as chuvas que caíram entre sexta-feira (17) e sábado (18) no Litoral Norte de São Paulo foram as maiores registradas em 24 horas na história do Brasil.
O volume que caiu em Bertioga, 683 milímetros acumulados no período, é o maior registro do sistema até o momento. Na tragédia de Petrópolis, em 2022, foram registrados 534,4 milímetros. Já o recorde do Inmet, de 1991, da cidade de Florianópolis, é de 404,8 mm em 24 horas.
Para cada milímetro de chuva que cai, o volume equivale a um litro de água despejado por uma área de 1 metro quadrado.
Pamela conversou com o TupãCity e relatou um pouco do que ela e a família têm passado no local. O hotel onde estão hospedados é um dos únicos que não foram afetados e possui gerador de energia. Mesmo assim, há risco de que a água acabe e a comida já começou a ser racionada.
"As crianças se alimentam primeiro", explicou Pamela. "As filas nos mercados e farmácias ontem viraram a noite. As piscinas estão isoladas para caso falte água, consigamos pelo menos tomar banho. Apesar de tudo estamos bem, graças a Deus, mas muito apavorados e com medo".
O hotel informou aos hóspedes que devido aos deslizamentos de terra, os canos de abastecimento de água foram rompidos e há risco de escassez.
"Aqui foram os locais mais afetados. O Sertão de Camburi ainda está embaixo d água. Juquehy e Barra do Sahy dão pena de ver. Ninguém poderia imaginar que isso poderia acontecer. Foram mais de 14 horas de chuva intensa, sem cessar, quase 700 milímetros de chuva", relatou.
Agora, a família aguarda um voo de helicóptero previsto para às 17h desta terça-feira (21) para tentar sair do local. "Só helicóptero chega aqui. Estão usando um campo de futebol para descer pois o local onde há um heliporto está inundado", contou.
Pamela diz ainda que sua filha pequena está apavorada com a situação. "É duro saber que você não pode nem pegar seu carro e sair correndo de um caos desse. Muito triste. De longe já é triste demais ver tanta destruição, mas aqui é um filme de terror", lamentou.