Paineira Tupã

Quatro pessoas foram presas nesta quarta-feira (22) em uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro contra uma empresa acusada de comercializar carne imprópria para consumo. O produto havia sido submerso nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em abril de 2024, desastre que deixou mais de 200 mortos.

A operação, denominada "Carne Fraca", foi conduzida pela Delegacia do Consumidor (Decon) do Rio de Janeiro em conjunto com a Delegacia do Consumidor do Rio Grande do Sul. Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados no município de Três Rios, na Região Centro-Sul Fluminense.

De acordo com as investigações, os sócios da empresa adquiriram 800 toneladas de carne bovina estragada, composta por cortes nobres que haviam sido contaminados durante as enchentes em Porto Alegre. O delegado responsável pelo caso, Wellington Pereira, afirmou que os produtos foram adulterados para ocultar os sinais de deterioração e revendidos a outras empresas.

Na sede operacional da empresa em Três Rios, foram apreendidos produtos com validade vencida e carnes armazenadas em condições inadequadas, em desacordo com as normas do Ministério da Agricultura e Pecuária. Entre os materiais apreendidos, estavam parte dos lotes contaminados pelas enchentes.

A empresa investigada alegou que a compra do lote de carne tinha como objetivo a produção de ração animal. No entanto, segundo a polícia, as notas fiscais revelam que a carne foi adquirida por R$ 80 mil, apesar de estar avaliada em R$ 5 milhões, e revendida para diversas empresas, resultando em lucro superior a 1.000%.

As investigações apontam que a carne foi distribuída para diversos estados brasileiros por meio de 32 carretas. A fraude foi descoberta após a empresa carioca vender parte do produto a uma companhia gaúcha, que identificou a irregularidade ao reconhecer etiquetas e condições suspeitas do lote.

Os suspeitos foram detidos e responderão pelos crimes de associação criminosa e venda e estocagem de mercadoria imprópria para consumo. A Polícia Civil também investiga a possibilidade de indiciamento por receptação qualificada e lavagem de dinheiro, após a apreensão de outros produtos suspeitos, como medicamentos para virilidade masculina, nos endereços dos envolvidos.

A investigação continua para identificar as empresas que adquiriram os produtos irregulares e avaliar a extensão do prejuízo aos consumidores.

cabonnet

Compartilhe:

Receba Notícias do TupãCity pelo Whatsapp


Participe dos nossos grupos

Fique informado em tempo real sobre as principais notícias de Tupã e região.

Instagram