
O descarte irregular do lixo reciclável continua sendo um dos principais desafios em Tupã. Parte dos materiais que poderiam ser reaproveitados pela COORETUP – Cooperativa de Reciclagem de Tupã – e gerar renda para famílias locais segue sendo enviada ao aterro sanitário, o que gera custos adicionais para a Prefeitura.
O problema, no entanto, não é exclusivo de Tupã. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), apenas 32% dos municípios brasileiros oferecem algum tipo de coleta seletiva. Pesquisa Datafolha aponta que, embora 99% dos brasileiros considerem a reciclagem importante para o futuro do país e do mundo, 1 em cada 3 pessoas (33%) que têm acesso ao serviço não separam seus resíduos em casa.
Diante da problemática, o assunto passou a ser debtido em Tupã. O vereador Charles dos Passos defendeu, em discurso na tribuna, a retomada do programa “Reciclar é Legal” — ou de uma iniciativa similar. Conhecido pela música que tocava nos caminhões da coleta seletiva, o projeto marcou gerações ao incentivar famílias e escolas a separarem seus resíduos.
Segundo o vereador, a falta de um cronograma definido e de ações de orientação prejudicam a adesão da população. “Hoje a cooperativa recebe apenas dois ou três caminhões de recicláveis, quando já chegou a receber oito por dia. Esse material está sendo levado para fora de Tupã, quando poderia sustentar famílias aqui dentro”, afirmou.
Charles informou que já iniciou conversas com o secretário municipal de Meio Ambiente, Davi Bondartchuk, e com o presidente da COORETUP para alinhar ideias sobre a reorganização da coleta. Entre as propostas estão a entrega de sacos específicos para recicláveis, a divulgação de um calendário oficial e campanhas educativas.
O prefeito Renan Pontelli também já teria sinalizado positivamente para a retomada do projeto, inclusive apoiando a volta da tradicional música-tema que marcou a memória dos moradores.
Criado anos atrás, o “Reciclar é Legal” foi referência em educação ambiental em Tupã. Agora, a expectativa é que o município retome o modelo ou adote uma nova versão, capaz de reduzir custos públicos, fortalecer a cooperativa e ampliar a conscientização da população.