Os professores doutores das Faculdades FACCAT, Fernando Rodrigues de Oliveira e Luciana Ferreira Leal, apresentaram trabalho no IV Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil, realizado na Unesp, em Presidente Prudente. O evento é diretamente ligado ao Centro de Estudos em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil "Maria Betty Coelho Silva". O Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil é um evento que discute com professores, livreiros, autores e pesquisadores de diversos estados do Brasil e de diferentes países, o ensino da leitura, a qualidade da produção dos livros infantis e juvenis, e a importância da literatura infantil e juvenil como material de leitura. Os professores doutores da FACCAT, Fernando e Luciana, apresentaram trabalho intitulado No Divan com Raquel: aspectos da psicanálise em "A Bolsa Amarela", de Lygia Bojunga (1976). Com características do romance moderno que se pode denominar de narrativa psicológica, a obra trata das experiências vividas por uma jovem menina, Raquel, que se encontra em conflito por ter que reprimir três grandes vontades: ser adulta; ter nascido homem; e ser escritora. Diante da impossibilidade de viver atormentada por essas vontades e por sentir-se deslocada do meio social e familiar tradicionalista em que vive, Raquel transporta suas vontades e todos os seus conflitos para uma simbólica bolsa amarela. A partir de então, misturando realidade e fantasia, a protagonista relata episódios de seu cotidiano, de modo narrar as motivações íntimas de suas escolhas e de suas ações, num fluxo que mistura afetos e memórias resguardadas no inconsciente. O professor Fernando Rodrigues de Oliveira considera que os elementos da representação psicanalítica, como os estágios consciente e inconsciente, as estruturas que formam a personalidade humana (Id, Ego, Superego), os mecanismos de defesa do ego, os complexos (especialmente o de castração) e os impulsos, são observáveis e determinantes no decorrer da narrativa. O leitor mergulha no interior de Raquel, descortinando o mundo de incertezas e conflitos da jovem protagonista, que, aos poucos, revela o seu processo de fazer-se sujeito e a busca por sua autoafirmação como pessoa. "Lygia Bojunga, portanto, desloca com esse livro a narrativa juvenil para a perspectiva do próprio leitor, fazendo com que ele assuma, de forma extremamente sensível, as angústias e os problemas existenciais da formação psicológica (e humana) por meio da representação literária", conclui a professora Luciana Ferreira Leal.
Assessoria FACCAT
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