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Um assunto que ainda é "tabu" e pouco discutido entre as famílias e a sociedade é tema de reflexão neste mês. A campanha mundial "Setembro Amarelo" acontece até o próximo dia 30, para informar a população sobre o combate e a prevenção ao suicídio. Os mais recentes dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análises de Dados) destacam que, em um período de dez anos (de 2005 a 2015), ocorreram 43 óbitos por suicídio em Tupã, uma média de 4,3 mortes por ano. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil está entre os dez países com os maiores índices de suicídio no mundo. O psicólogo Caio Henrique Rangel Silva, especialista em saúde mental, disse que o comportamento suicida ainda representa problemas para a saúde pública. "Por trás do comportamento suicida, encontramos um sujeito que traz em si um grande sofrimento emocional", disse. Segundo Silva, a dificuldade de lidar com esta dor emocional pode ser motivo para uma pessoa desencadear o pensamento suicida. "O comportamento suicida é um elemento multifatorial, ou seja, existem diversos fatores que podem levar o indivíduo a vivenciar este comportamento, sejam eles ambientais, familiares, sociais, psicológicos ou biológicos", afirmou. Dimensões Para entender o assunto, é necessário diferenciar as três dimensões do comportamento suicida. A primeira dimensão é o que os psicólogos chamam de "tendência ou pensamento suicida". Nesta dimensão, o sujeito apresenta apenas pensamentos ou fantasias ligadas à autodestruição. A segunda dimensão é a "tentativa de suicídio", momento em que a pessoa já realizou algum ato autodestrutivo. A terceira dimensão é o "suicídio consumado", fase em que todas as dimensões anteriores são superadas e a pessoa concretiza a autodestruição. O psicólogo ressaltou que identificar essas dimensões pode ser algo "extremamente relevante" para ajudar aquele que está sofrendo. "Podemos ajudar uma pessoa que tenha pensamentos suicidas de diversas maneiras. O apoio familiar é extremamente válido", disse. "O tratamento para o suicídio envolve desde psicoterapia até o uso de psicofármacos", acrescentou. Campanha O psicólogo aproveita a campanha "Setembro Amarelo" para enfatizar que a sociedade precisa desconstruir alguns preconceitos instalados sobre o suicídio como "frescura", ou falta de ocupação. "Comportamento suicida não é frescura, ele é sintoma de um grande sofrimento. Não é falta do que fazer e sim uma dificuldade de lidar com seu sofrimento. Quem fala que quer se matar, em algum momento pode conseguir concretizar o suicídio", afirmou. "Portanto, vamos conversar sobre o assunto e sempre que identificarmos aspectos suicidas, procurar ajuda de um profissional psicólogo/psiquiatra", concluiu.

Redação Diário de Tupã

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