A irresponsabilidade do Poder Público e a má gestão dos recursos federais, estaduais e municipais resultou no fechamento de uma das instituições mais antigas de Tupã.
Depois de 45 anos de funcionamento, a Clínica de Repouso Dom Bosco, que prestava atendimento a pacientes com problemas psiquiátricos de Tupã e região, encerrará suas atividades oficialmente amanhã, dia 10 de outubro.
Os 85 pacientes começam a ser transferidos para entidades da região. A partir das 9 horas da manhã de hoje, pelo menos 40 pacientes serão transferidos da unidade para um hospital psquiátrico da cidade de Garça. Amanhã, dia 10, antes da entidade fechar definitivamente suas portas, outros 40 pacientes serão encaminhados a um hospital da cidade de Lins. Cerca de cinco pacientes já receberam alta, na última sexta-feira, dia 6 de outubro.
No início dos seus atendimentos, a clínica chegou a atender cerca de 350 pacientes. A desinternação de pacientes psiquiátricos é uma realidade no País e outras instituições também poderão encerrar suas atividades por falta de investimentos do Poder Público.
O administrador do hospital, Vinícius Alcântara, disse que a falta de reajuste nos repasses de verbas públicas "foi o ponto crucial" para encerramento das atividades. "Aumenta-se as exigências mas não se reajusta o valor das diárias", afirmou.
O valor da diária repassada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é de R$ 42,00 por paciente. "O nosso custo, porém, com cada paciente, é de R$ 120,00 por dia", afirmou Alcântara.
O administrador disse que há cerca de 15 anos o hospital enfrenta dificuldades com repasses de recursos do governo federal. Atualmente, o déficit mensal do hospital é de cerca de R$ 50 mil. "Foram poucos reajustes nesses anos, não sendo possível cobrir o valor das diárias e nem mesmo repor a inflação. A situação ficou cada vez mais insustentável, principalmente nos finais de ano, quando temos que pagar o benefício do 13º salário aos funcionários", disse.
Apesar de ter concedido reajuste salarial de 5% no mês de junho, o hospital iniciou programa de demissão em massa, com desligamento de 110 colaboradores. Até o momento cerca de 70 funcionários já foram desligados da instituição e outros 40 regularizam suas demissões.
Empresas do setor imobiliário já fazem ofertas para adquirir o prédio da instituição, que será desativado na Rua Mandaguaris, 420.
A maioria dos pacientes não possui vínculos familiares. Pelo menos duas famílias tupãenses lamentaram o fechamento da entidade, por não terem condições de abrigar seus parentes em casa, ou de visitá-los em hospitais psiquiátricos da região.
Redação Diário de Tupã
Receba Notícias do TupãCity pelo Whatsapp
Participe dos nossos grupos
Fique informado em tempo real sobre as principais notícias de Tupã e região.