Após oito anos de espera, a Prefeitura de Tupã decidiu reintegrar o terreno do antigo Thermas Clube, preparando agora a abertura de licitação para repassar a área para uma nova empresa, que terá como contrapartida executar as obras previstas no local.
Todo trabalho está sendo agilizado, havendo previsão de que o novo processo licitatório seja aberto no mês que vem.
Segundo as estimativas da prefeitura, o investimento necessário para reformar o parque termal, colocando-o em condições de uso, é de R$ 5 milhões. A prefeitura alega não ter dinheiro disponível para isso, razão pela qual busca uma parceria.
O secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Renan Pontelli, explicou que o projeto deverá ser refeito para cumprir as novas exigên-cias. "Esperamos acabar o mais rápido possível a parte burocrática, para que seja feito o processo licitatório", afirmou.
O vereador Paulo Henrique Andrade (PPS) destacou que o clube está em Tupã há mais de 20 anos, sendo um dos motivos que fez com que o município se tornasse estância turística.
"Devido o projeto estar parado, solicitamos ao prefeito que reintegrasse o terreno para o município, para que possamos fazer uma nova licitação e transformar de fato a cidade de Tupã em uma estância turística", enfatizou.
O Thermas Clube de Tupã chegou a contar com seis piscinas de água quente, tobogãs, quiosques e ampla área verde. Abandonado, o espaço foi alvo de furtos e depredações. Desde sua inauguração, quatro empresas tentaram reformar e administrar o clube, porém, esses projetos não prosperaram.
De acordo com a prefeitura, as empresas não fizeram os investimentos necessários, previstos no edital de licitação. Diante do abandono do projeto, a prefeitura solicitou a reintegração de posse da área que pertence ao município.
Inicialmente, o projeto foi proposto pelo empresário Edson Jacomossi. A prefeitura comprou a área apontada pelo mesmo, que iniciou a construção de um clube termal.
Mas a empresa do Grupo Jacomossi implantou parte do projeto inicial, que deveria ser ainda maior. O clube funcionou por cerca de três anos.
Sem condições de administrar o empreendimento, os serviços foram transferidos para uma segunda empresa, que abandonou o projeto do parque.
O município retomou a área e uma nova licitação foi realizada para desenvolver os trabalhos.
A empresa "Águas do Pantanal" venceu o processo licitatório e, em abril de 2008, tinha 12 meses para colocar o parque em funcionamento.
Novamente, parte do projeto previsto foi feita, ocorrendo a transferência para a Kars Empreendimentos Aquáticos, que anunciou um novo projeto, bastante mirabolante. A proposta era transformar o local em um resort, com grande infraestrutura e novas piscinas. Por problemas judiciais, a empresa não conseguiu executar o projeto.
Sem obter resultados positivos nos últimos oito anos, o município ingressou com ação para novamente retomar a área. A decisão liminar foi proferida pela justiça há cerca de 60 dias e o município retomou o espaço.
Thermas
Assim que assumiu o empreendimento, o empresário Klaus Bunning, da cidade de Três Lagoas/MS, disse que teria investido cerca de R$ 5 milhões no projeto, o que pouca gente acredita.
O empresário alega que constatou pendências judiciais avaliadas em cerca de R$ 4 milhões, movidas contra o terreno do Thermas. Diante disso, Bunning disse que a dívida referente a penhoras deveria ser paga pela prefeitura.
De acordo com a prefeitura, essas pendências judiciais pertencem aos antigos proprietários do clube termal, sendo eles os responsáveis pelo pagamento da dívida. O empresário se negou em assumir a dívida, os serviços não fluíram e a prefeitura retomou o terreno.
Redação Diário de Tupã