Ainda não está bom, mas o pior momento mesmo para o comércio ficou para trás, tanto em vendas como em fechamento de pontos comerciais. A queda dos juros, da inflação e da inadimplência do consumidor; a recuperação do emprego e a liberação dos recursos das contas inativas do FGTS, ajudaram a dar um impulso nas vendas.
O ritmo de crescimento dos negócios no varejo, no entanto, ainda não foi suficiente para reativar a abertura de novas lojas e ocupar o grande número de imóveis comerciais vagos espalhados pela região central de Tupã. Não há na Avenida Tamoios, por exemplo, um único quarteirão em que não seja possível ver uma loja fechada. Portas cinzas, tapumes, sujeira acumulada, dezenas de cartas amontoadas, cartazes informando sobre o fechamento e placas de "aluga-se" e "vende-se" fazem parte da principal rua do centro de Tupã.
Por conta da crise financeira, o número de lojas fechadas cresceu e o comércio encolheu na principal via. Já nos arredores, alguns novos comércios surgiram. Um dos motivos é também o alto preço do aluguel. Há imóveis comerciais na Tamoios com aluguel de R$ 20 mil mensais.
‘Sinal verde’
Com o aquecimento da economia e o fim de ano, a expectativa é que a confiança aumente e os empresários voltem a investir na abertura de novas lojas. "O mercado de locação de prédios comerciais já esteve pior, agora está melhorando, estamos sentindo essa melhora. Os imóveis que tinham fechado em abril, maio, na Avenida Tamoios, já estão sendo alugados. Mesmo porque, final de ano é epoca de investir, começar algo novo", avaliou o diretor de um grupo imobiliário em Tupã, Marcos Roberto Ignácio.
O problema não foi só na Tamoios. Salas comerciais nas ruas centrais, como Caetés, entre outras, também estiveram por um bom tempo ociosas. Segundo o mercado, isso foi reflexo da crise que afetou o setor. O número de imóveis desocupados atingiu o ápice no primeiro semestre, mas Marcos Ignácio acredita que hoje os lojistas já vivenciam uma retomada de investimentos e abertura de novos estabelecimentos.
Ainda de acordo com opiniões, o valor alto mencionado por lojistas não é o principal fator dos imóveis ociosos, porque diante do cenário atual os proprietários estão mais abertos a negociações e reduções de valores quando surge um potencial locatário.
O empresário Marcos Ignácio citou uma mudança no quadro de aluguéis e uma tendência positiva para os próximos meses. "Já vemos o sinal vermelho se apagando. Há perspectiva de melhora. Estamos vendo uma retomada das ocupações", destacou.
Nova Tamoios
Vale lembrar também que já há algum tempo a cidade estuda melhorar a estrutura do comércio local. A estrutura do centro comercial precisa ser revista para alavancar novamente as vendas – e, como consequência, brecar o fechamento de lojas.
Há um projeto que repensa o centro. O objetivo é avaliar aspectos essenciais, que tenham impacto no comércio, como priorização do pedestre, ciclistas, reurbanização, entre outras questões.
Essas mudanças de rota no planejamento da Avenida Tamoios podem contribuir com uma visão mais atrativa da via para os tupãenses. O projeto prossegue em estudos pela Prefeitura de Tupã, que se ajusta às exigências do DADE, órgão do governo do Estado, para viabilizar o investimento previsto.
Redação Diário de Tupã