A Prefeitura de Tupã garantiu que, a partir de hoje, segunda-feira, dia 20, colocará em funcionamento quatro Residências Terapêuticas que vão receber pacientes com problemas psiquiátricos, que ainda são atendidos na Aapehosp.
O acordo firmado com o Ministério Público Federal de Marília, no dia 13 de julho, determinava o funcionamento de outras 14 residências a partir de hoje. Porém, apenas 29% do que foi acordado será cumprido.
A prefeitura alega que as demais residências não serão inauguradas no momento porque o fornecedor ainda não entregou o mobiliário para adequar os outros 10 imóveis.
Vale lembrar que as 14 Residências Terapêuticas deverão ser abertas para atender os cerca de 140 pacientes que permanecem internados na Aapehosp (Associação Amigos dos Pacientes Egressos dos Hospitais Psiquiátricos).
Entidade
Ao discordar da medida da prefeitura, que atenderá parte do acordo, os funcionários da Aapehosp pretendem fazer uma manifestação ainda hoje, em protesto ao descumprimento da ordem judicial.
Uma fonte ligada à entidade disse que a remoção parcial de pacientes não é uma atitude justa por parte da prefeitura. "Isso não é justo com outros pacientes. Eles estão doentes, mas questionam porque alguns serão transferidos e eles não. Isso causa traumas aos assistidos", afirmou.
A prefeitura pretende transferir hoje apenas 40 assistidos da entidade para as quatro novas Residências Terapêuticas. "Eles vão tirar os 40 pacientes que estão em melhores condições e recebem benefícios. São cerca de R$ 40 mil a menos que a entidade vai receber para custear suas despesas", destacou a fonte.
A medida colocaria a administração em um "bico de sinuca", segundo as fontes ouvidas pela reportagem. "Os pacientes que vão ficar pioram e podem entrar em surto. A prefeitura deveria pedir um novo prazo para inaugurar todas as Residências Terapêuticas e depois retirar todos os pacientes de uma vez, não aos poucos", salientou.
A diretoria da entidade entrou em contato com um advogado para questionar a legalidade da medida adotada pela prefeitura. "Isso pega de surpresa, pois ninguém veio falar com a entidade sobre o assunto. Não houve contato oficial para tratar sobre a retirada dos pacientes da entidade", ressaltou.
Cerca de 50 funcionários cumprem aviso prévio, mas como cerca de 100 pacientes ainda ficarão no local, a entidade estuda a possibilidade de suspender a medida, para garantir o tratamento aos assistidos, que ainda não foram transferidos. "Isso é desumano para os pacientes, funcionários e para com a entidade que, por muitos anos, prestou serviços à sociedade. A prefeitura não pode falar que não teve tempo para cumprir essa decisão judicial", afirmou a fonte. "Isso de última hora é complicado. Vamos esperar o retorno do advogado. Os funcionários não concordam com essa atitude e pretendem fazer um manifesto contra isso", concluiu.
Em em contato com a DRS IX (Diretoria Regional de Marília da 9ª Região), para obter informações sobre a execução do projeto - parcial - em Tupã, não obteve retorno.
Redação Diário de Tupã
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