HUM TUPÃ

A Lojas Maçônicas de Tupã protocolou no último dia 1º de dezembro um ofício propondo uma série de medidas para a redução de gastos das Câmara Municipal. Entre os itens apontados está a redução do número de vereadores de 15 para 9. A proposta ainda traz um estudo de cidades maiores que atendem com menos cadeiras no legislativo do que em Tupã. Além disso, ainda foi proposto a diminuição do salário de um vereador dos atuais R$ 5.010,00 para R$ 1.182,00, que corresponde a 1,5 salário mínimo. Outra proposta relacionada no pedido é a extinção dos 16 assessores em cargo de comissão na Casa de Leis. De acordo com a proposta, são 16 assessores para 15 vereadores, sendo que um está sem função. Segundo o documento apresentado pela maçonaria, as medidas foram propostas levando em consideração a atual crise financeira que o país, estados e municípios vivem.

O presidente da Câmara Municipal de Tupã Valter Moreno Panhossi (foto) se manifestou contrário às propostas sugeridas e afirmou que muitas delas não procedem. CONTRÁRIO Ele lembrou que já foi vereador em períodos em que a Câmara teve 17, 10 e agora 15 vereadores e que com a diminuição do número de representantes do legislativo, diminui também o número de representatividade do município nas Câmaras Estadual e Federal e no Senado. "Por exemplo, se nós temos aqui 9 vereadores, nós temos 9 vereadores com contato com deputados federais, estaduais, senadores, governador. Se nós tivermos 15, nós vamos ter mais em contato com deputados e assim por diante", esclarece Panhossi. O presidente da Câmara de Tupã destacou também que a redução de vereadores poderia enfraquecer o legislativo e possibilitar o favorecimento ao poder Executivo. "Eu já trabalhei com 10 vereadores, isso facilita que o prefeito que quer "comprar" a Câmara, que isso acontecia aqui anteriormente, é muito mais fácil ele negociar com 9 do que com 15", supõe o vereador. O vereador contesta o estudo que com a diminuição de vereadores também se reduza o gasto da Câmara. Conforme o ofício apresentado pela maçonaria, cidades com maior número de habitantes, como Marília, possui apenas 13 vereadores. O mesmo número de cadeiras também em Presidente Prudente. "Foi citado algumas cidades que houve redução (de vereadores). Só que eu pedi pra analisar e o gasto que se teve depois que reduziu o número de vereadores aumentou. Um vereador pode gastar mais que 15, isso também não justifica", ressalto Valter Moreno. SALÁRIO MENOR Sobre a redução do salário do vereador, o presidente da Câmara também se posicionou contrário e afirmou que o valor de R$ 1182,00 proposto, não daria para um edil realizar seu trabalho, a não ser que ele roubasse. "Sobre a questão da redução de salário R$ 1180,00 se gasta só com gasolina, pro vereador vir pra Câmara, pra uma sessão, visitar uma obra, porque nós não temos verba de gabinete. O vereador em Tupã não tem nenhum tipo de verba. Ontem, por exemplo, eu rodei umas 20 obras. Agora R$ 1180,00 só se a pessoa roubar, porque ele não pode ser vereador tirando dinheiro do bolso. A não ser que ele seja abastado com dinheiro. Isso também não procede", pondera o presidente. ASSESSORES Com relação a extinção dos assessores, ele afirmou que cada vereador precisa de alguém para ajudar no atendimento da população. "Nós temos que ter sim os nossos assessores pra atender a população. Também não é procedente. Não vai reduzir dificultando o atendimento da população", conta. Como exemplo sobre uma política de economia, a presidente da Câmara Valter Moreno disse que neste ano, mesmo com crise financeira, sua gestão irá devolver mais de R$ 1 milhão ao cofres públicos. "Quando eu assumi a presidência, nós fizemos um plano de governo pra dois anos e nós entendíamos que passaríamos por dificuldade financeira. Então nós trabalhamos reduzindo todas as despesas. Veja como não funciona essa questão de redução de vereadores. No ano anterior se devolveu R$ 286 mil para Câmara, no outro ano, com mesmo número de vereadores, se devolveu R$ 70 mil e neste ano, eu devo estar devolvendo mais de R$ 1 milhão e 100. Então, nós não precisamos tirar nenhum vereador", conclui Panhossi. De acordo com o presidente da Casa de Leis, o documento será lido como qualquer outro ofício direcionado a Câmara Municipal.
Protesto apresentado pela maçonaria tupãense.

Redação TupaCity.com

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