Santa catarina

Pacientes de Tupã que fazem tratamento contra o câncer em outras cidades do Estado de São Paulo, como Jaú, Barretos e São Paulo, por exemplo, farão uma audiência pública na noite de hoje, quarta-feira, dia 28, na Câmara Municipal, para reivindicar melhorias no transporte de passageiros oferecido pela Prefeitura de Tupã. Os pacientes já apresentaram os questionamentos à Promotoria Pública de Tupã e ao prefeito José Ricardo Raymundo (PV). "Queremos ampliar esse debate e nos fortalecer”, afirmou a paciente Nobuko Shiguihara, de 78 anos. Nobuko explicou que há mais de seis anos utiliza o transporte público fornecido por uma ambulância da Secretaria Municipal de Saúde, para realizar seu tratamento no Instituto do Câncer "Arnaldo Vieira de Carvalho", na cidade de São Paulo, onde é paciente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A paciente ressaltou que durante seu tratamento, já passou por cirurgias e segue com medicamentos, exames e consultas, agendadas previamente pelo instituto AVC. "Entretanto, há intercorrências que, atualmente, avolumaram de tal maneira que fui obrigada, como cidadã, a tomar as providências necessárias, visando salvaguardar a minha integridade física e psicológica”, disse. Nobuko destacou que durante sua última viagem a São Paulo, realizada na semana passada, o veículo da prefeitura fazia o transporte de caixas sem qualquer segurança, o motorista dirigia de chinelos e seus materiais de uso próprio estavam sem a devida proteção sanitária. "Essa última viagem foi pitoresca. Essas caixas pesavam cerca de 18,5 quilos e estavam colocadas no veículo sem os devidos cuidados. Meu medo era uma dessas caixas cair em cima de mim. Inclusive, naquele dia minha imunidade estava muito baixa”, disse. "Nessa mesma viagem, a embreagem do veículo estava com problemas”, acrescentou. No dia 7 de fevereiro deste ano, Nobuko fez um boletim de ocorrência na Central de Polícia Judiciária, onde denunciou a situação do transporte oferecido pela prefeitura. "No automóvel são usados cobertores sujos e os veículos se encontram em péssimo estado de conservação”, disse. "O responsável pela condução do veículo utiliza de hábitos de falta de higiene, sendo peculiar a prática de imprudência na direção do veículo”, completou. Nobuko destacou ainda o atendimento de alguns funcionários e secretários da prefeitura, e o descumprimento de acordo firmado com os pacientes. "A prefeitura pode até ter bons funcionários na área administrativa e para lidar com burocracia, mas a questão de humanização é péssima”, disse. A paciente Lígia Gomes afirmou que as condições do veículo que transporta pacientes para tratamento em Barretos "é terrível”. Os carros trafegam com superlotação. "São carros comuns, que vão com um motorista e quatro passageiros. Muitas vezes, esse veículo não possui nem mesmo amortecedor”, disse. Lígia destacou o valor das diárias pagas pela prefeitura e disse que elas são insuficientes para atender os pacientes. "Nós saímos por volta das 2 horas da madrugada, para chegar em Barretos por volta das 7 ou 8 horas da manhã. Passamos o dia inteiro e também a noite, chegando em casa por volta das 22 horas ou meia noite. Não há como se alimentar em todo esse período com apenas R$ 20,00”, ressaltou. Entre outras reivindicações, os pacientes solicitam o treinamento dos motoristas da Secretaria Municipal de Saúde, visando a humanização para os pacientes transportados, aquisição de kit de primeiros socorros e caixas de ferramentas para as ambulâncias, renovação da frota de veículos com a compra de vans, com adaptação para os portadores de deficiência com maca - e aquisição de microônibus e ônibus adaptados para transporte de portadores de deficiência com maca; suspender a licitação da compra de ambulância no valor de R$ 80 mil anunciada pelo secretário Municipal de Saúde, Laércio Garcia, na última assembleia de saúde, por não atender as necessidades básicas para o transporte; aumentar as diárias para São Paulo, Campinas e Sorocaba em R$ 80,00 e para os demais municípios, R$ 50,00; e realizar auditoria no setor de transportes, para apurar o sumiço de ferramentas, gasolina e macacos hidráulicos. Prefeito O prefeito José Ricardo Raymundo (PV) disse que a prefeitura estuda a compra de um veículo próprio para o transporte, com mais espaço e conforto para os pacientes. "Elas explicaram que uma ambulância menor é ruim para o transporte. O Laércio (secretário de Saúde) está estudando a possibilidade de comprar um veículo com mais conforto e inclinação de banco para eles não viajarem apertados”, disse. Raymundo destacou que a prefeitura dará um novo treinamento aos motoristas e possivelmente aumentará o valor das diárias. "Vamos levantar essas questões para melhorar as condições deles”, afirmou.

Redação Diário de Tupã

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