O Consulado Geral do Japão em São Paulo iniciou uma campanha com o objetivo de localizar imigrantes japoneses que completam 100 anos em 2018. Para isso, está mobilizando associações culturais, entidades de classe e outros órgãos de representação, além de familiares ou amigos de idosos que se enquadrem nesta situação. Os centenários receberão além de diploma de honra ao mérito, homenagem especial do primeiro-ministro japonês. Em Tupã, a busca está sendo coordenada pela Acert (Associação Cultural, Esportiva e Recreativa de Tupã). Até o momento, dois pioneiros foram localizados: Sueo Ueno, que completou 102 anos em janeiro, e Ryohachi Tsutsumi, o "Tuc-Tuc”, que fez 100 anos no mês passado. "Estamos à procura de pessoas que tenham nacionalidade japonesa, nascidas entre 1º de abril de 1918 e 31 de março de 1919”, detalhou o presidente da entidade, Newton Takahara. A homenagem é estendida também a pessoas que tenham nascido antes de 1918 e que ainda não tenham recebido o reconhecimento do governo japonês. "Quem conhecer ou tiver informação de outros imigrantes japoneses que completam 100 anos em 2018 podem entrar em contato com a Acert, pelo telefone 3496-2543, ou diretamente com o Consulado Geral do Japão”, acrescentou Takahara. Respeito A reverência aos idosos, e o reconhecimento principalmente à sua experiência e sabedoria acumulada ao longo dos anos é um dos traços mais marcantes da cultura japonesa. Tanto que existe um feriado específico para isso: o Keiro no Hi – dia do respeito ao idoso, celebrado sempre na terceira segunda-feira de setembro. "Valorizar os antepassados é uma forma de permitir constante evolução a um determinado grupo social, uma vez que o conhecimento acumulado pelos mais velhos serve como referência para os avanços das futuras gerações. Isso é levado muito a sério no Japão”, avalia Emerson Iwami, secretário da Acert. A conjunção de fatores como qualidade de vida e o respeito dedicado à terceira idade faz com que o Japão seja considerado, proporcionalmente, o país com maior número de idosos no mundo. Segundo estimativas do governo japonês, em 1980, o país contava com 120 mil pessoas com mais de 90 anos. Este contingente foi crescendo anualmente até chegar a 2,06 milhões, segundo o último censo, realizado em setembro do ano passado.
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