Paineira Tupã

Pode passar de 250 o número de vítimas de um falso polo de ensino à distância, que oferecia oportunidades de Mestrado em Marília e Pompéia, com suposto subsídio do Ministério da Educação. O alvo eram professores de todos os níveis, além de profissionais com graduação em busca do aprimoramento curricular. Na tarde desta quarta-feira, em poucas horas, o Plantão Policial de Marília recebeu dezenas de queixas. Alunos do curso de Mestrado em Educação do FEESSP (inexistente na região), professores contratados para lecionar, autoridades de Pompéia e diretores dos colégios que alugaram salas para o curso também foram enganados. O caso começou a vir à tona na segunda-feira, quando professores contratados pelo falso polo desconfiaram da existência da instituição conveniada. Ontem, avisados pelas redes sociais, os alunos começaram a procurar a polícia. Cada vítima investiu, em média, R$ 400 (R$ 200 de matrícula e a primeira mensalidade). A advogada Paula Monge, que também se matriculou no curso, conta que a oferta era tentadora. "Eles ofereciam um curso EAD (Ensino à Distância) por meio de um suposto convênio com uma instituição. Diziam que havia um subsídio de 70% da mensalidade pelo Governo Federal, como incentivo", relatou. A professora Maria de Fátima Souza, de Pompéia, fez matricula no curso inexistente e participou da aula inaugural. Ela conta que a mulher que se apresentava como coordenadora alugou salas de aulas em duas escolas particulares: em Pompéia e em Marília. "Eu já fiz cursos à distância e parecia que estava tudo certo. Era uma chance de fazer por R$ 200 um mestrado que custaria uns R$ 900. O site existia, o material didático também. Não dava para desconfiar de nada", afirma. Lilian Nakao, também advogada, conta que a "coordenadora" também enganou autoridades do município de Pompéia. Ente os convidados para a aula inaugural, realizada na semana passada, estava o prefeito de Pompéia, Oscar Yassuda. Em Marília, a aula inaugural aconteceu no domingo em uma escola particular ligada a uma igreja evangélica, com a participação de mais de 160 alunos. Pelo menos 23 professores foram contratados pela coordenadora do falso mestrado, para lecionar nos dois polos. "Havia plano de aulas, recibos pelos pagamentos e até um grupo no WatsApp para reunir os alunos. A abertura do curso foi notícia em jornal de Pompéia. Ninguém imaginava que poderia ser um golpe", conta Lilian.

SITE FALSO A advogada afirma ainda que um site falso chegou a ser criado, utilizando como base uma página de uma instituição de ensino com nome semelhante. "Procuramos o desenvolvedor do site e encontramos um rapaz em Quintana. Ele contou que fez a página a pedido da coordenadora do curso". A mulher de 38 anos, que também seria professora, não foi localizada para comentar a denúncia. A suspeita de estelionato seria moradora em Pompéia e já está identificada pela Polícia Civil.

Diario de Marília

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