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O professor Paulo Rafael Procópio, de 62 anos, agredido por um aluno de 14 anos dentro da sala de aula em Lins (SP) antecipou seu afastamento da profissão em função da violência sofrida. Ele já estava com o processo de aposentadoria em andamento e com finalização para o segundo semestre de 2019. Paulo conta que ainda se recupera dos ferimentos que sofreu no rosto após ser atingido por socos e por um caderno arremessado por um aluno na sexta-feira (22). O professor, que dá aulas de história e geografia há três anos na escola estadual Otacílio Sant’anna, no Parque Alto de Fátima, precisou levar seis pontos cirúrgicos no rosto e mais dois no supercílio para fechar os cortes. "Estou horrorizado. A gente sempre ouvia falar em casos de violência dentro de salas de aula, mas confesso que nunca imaginei passar por isso. Já estava decepcionado com a falta de respeito dos alunos, mas essa agressão foi demais”, disse ao G1. Apesar de deixar a sala de aula, ele garante que vai lutar pelo respeito e melhoria das condições dos professores. "Vou procurar fazer qualquer coisa para ver uma mudança para o professor, porque vou parar, mas e os outros, meus amigos, que estarão na sala de aula? Vou atrás de fazer alguma coisa para meus colegas", comenta a vítima. "Não estava querendo mais dar aula, pois queria descansar. Não ia parar enquanto não saísse o processo de aposentadoria. Mas agora não vou mais trabalhar", comenta o professor assustado com as agressões. Outros casos Em menos de uma semana, outros três casos de agressão de alunos contra professores foram registrados na cidade, mas, segundo os professores, as agressões verbais são diárias. O último levantamento realizado pela Apeoesp - o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo, divulgado no ano passado, apontou que mais da metade dos professores já sofreu algum tipo de agressão. Um dos casos foi da professora de 53 anos, da mesma escola do professor Paulo Rafael Procópio, que saiu correndo da sala de aula após ser ameaçada por um aluno de 12 anos. Além dos dois casos registrados na EE Octacílio Sant’Anna, no Parque Alto de Fátima, um professor de 41 anos e um cuidador, de 23, foram agredidos por um aluno de 12 anos na EE Fernando Costa, no centro de Lins. O coordenador da subsede da Apeoesp em Lins, Laércio Rorigues, é marido da professora que foi agredida nesta semana. Para ele, as famílias precisam participar mais da vida escolar dos filhos. "A gente entende que a criança tem direito à escolas, mas nós precisamos das famílias do nosso lado." O Conselho Tutelar de Lins também está acompanhando a situação e vai intensificar as ações. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que é pioneira em enfrentar questões de relacionamento entre professores e alunos e que está investindo em educadores-mediadores pra prevenir estes desentendimentos. Já a Diretoria Regional de Ensino informou que integrantes do grêmio escolar - professores e gestores - estão se reunindo pra traçar estratégias e realizar ações pedagógicas pra valorizar a escola e restaurar o clima de paz e respeito na comunidade.

G1

pref educação

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