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Atualizada às 15h37 - 22/03/2019 A audiência pública que aprovou a alteração do nome da Rua Demétrio H. S. Basan para Pedro Morelato gerou discussões a respeito da legislação que permite a troca dos nomes de ruas em Tupã. Nesta semana, durante a sessão da Câmara Municipal o assunto voltou a pauta após a indicação nº 177/2018, de autoria dos vereadores Osmídio Fonseca Castilho e Eliezer de Carvalho. O documento indica ao Prefeito Municipal de Tupã, que proceda estudos visando mudar o nome da Rua Demétrio Hristafor Seirec Basan, no Bairro Fredyville. De acordo com a legislação, a alteração do nome de uma rua deve ser aprovada por moradores da própria via. Como a rua não é extensa e composta praticamente por empresas, apenas três pessoas participaram da audiência pública no dia 19 de fevereiro, que obteve a aprovação de duas pessoas. Ainda de acordo com a legislação, uma indicação não necessita mais de votação. A indicação foi apresentada aos parlamentares e nenhum vereador contestou no presente momento. No entanto, alguns vereadores já entraram em contato com a Redação do TupaCity e disseram que são contrários a mudança de nome da rua. Demétrio Basan foi um dos pioneiros do município, e o mariliense Pedro Morelato, um dos principais produtores de amendoim, vindo a iniciar o cultivo do produto em Tupã na década de 1980. No ano de 1992, a família Morelato investiu na aquisição da Amendupã, uma das principais empresas do município. A empresa está localizada na Rua Demétrio H. S. Basan. A mudança de nome tiraria a homenagem realizada a um dos pioneiros da cidade, para homenagear a família Morelato. Os vereadores pastor Eliézer de Carvalho (PSDB) e Osmídio Castilho (PSB) são autores da indicação que solicita estudos para mudar o nome da Rua Demétrio Hristafor Seirec Basan, na Vila Fredyville, para Pedro Morelato. "Além de ser uma rua pequena, existe grande dificuldade da pronúncia, dificultando entregas nas empresas ali instaladas, mas que seja nomeado Demétrio Hristafor Seirec Basan em alguma via pública, praça ou logradouro, com mais acessibilidade”, afirmaram. De acordo com os vereadores, a indicação pretende resolver o problema com a identificação da rua. Segundo os parlamentares, o nome da rua é de difícil pronúncia e escrita. "O nome atual é de difícil pronúncia e escrita. A entrega e o recebimento de produtos e mercadorias nesse local, que são realizados por terceirizados, sofrem com esse problema, pois um erro de digitação ou pronúncia incorreta pode acarretar que o preenchimento do cadastro para entrega e recebimento seja feito de forma incorreta, gerando reclamações e atrasos nos serviços”, afirmam. Descontente Neto de Demétrio, o jornalista da TV Globo, Pedro Basan publicou um artigo manifestando sua tristeza com a mudança do nome da rua que homenageia seu avô. "Na última terça-feira, a maioria dos empresários da rua decidiu numa audiência pública pela mudança do nome. Quantos? Três! Apenas três pessoas tiveram o poder de decidir em nome da memória tupãense. Estranha lei essa que dá tanto poder a tão poucos. Se por acaso houvesse só um morador ou proprietário, ele seria, segundo essa lei, uma espécie de dono da rua. Mas os empresários não estão sozinhos. Vereadores que se autointitulam Pastores são os maiores entusiastas da mudança, cospem na memória de um dos primeiros evangélicos da história de Tupã, quando ser evangélico era quase um ato de resistência diante do sistema dominante. É assim que esses "pastores” vão cuidar do futuro e da memória dos membros de suas igrejas? Trocas de nomes de rua já houve pelo Brasil e pelo mundo. Mas quase sempre os que perdem a homenagem são tiranos derrubados, vilões descobertos, pilantras desmascarados. Dessa vez, quem é apagado da história é só um humilde carroceiro, esmagado pelos poderosos do momento. Só um aspecto poderia me consolar nessa situação toda: cheguei a pensar que Tupã fosse uma cidade sem problemas, com tudo perfeito. Só isso explicaria que alguns vereadores pudessem dedicar parte considerável de seu tempo e do nosso dinheiro a algo tão desimportante quanto mudar o nome já estabelecido de uma rua. Mas, claro, era ilusão. Esses vereadores só estão coroando e passando atestado de sua habitual inutilidade. Sabe-se lá desde quando preparava-se essa última traição. O fato é que poucos dias depois da morte de meu pai, o último descendente direto que ainda morava em Tupã, deram andamento à ideia, para executar a vileza sem ter de olhar nos olhos de ninguém. Se isso não é obra de covardes, então que os vereadores e empresários por trás disso, tão preocupados com os nomes das coisas, me sugiram um nome melhor para esse ato. Nazistas, comunistas e meia dúzia de ingratos tupãenses: eis a lista dos que chutaram Demétrio Basan. Só o último grupo o chutou depois de morto. Que trabalhem e vivam em paz na R. da Vergonha. Até que se juntem ao lixo da história também”.

Redação TupaCity com informações do Jornal Diário

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