Paciente que recebeu coração transportado por helicóptero Águia da PM recebe alta
27/06/2019 Após 40 dias do primeiro transplante de coração realizado pelo Hospital das Clínicas de Botucatu (SP), homem de 49 anos comemora recuperação. Órgão captado em Jaú precisou do transporte aéreo para chegar a tempo.
Após 40 dias que foi submetido a um transplante de coração, em Botucatu (SP), o paciente de 49 anos recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira (26), segundo a unidade. O órgão foi transportado pelo helicóptero Águia da Polícia Militar.
Este foi o primeiro transplante cardíaco realizado na história do Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu. A unidade havia sido credenciada para este tipo de procedimento pelo Ministério da Saúde em outubro do ano passado.
O coração foi captado na Santa Casa de Jaú e a única maneira dele chegar dentro do tempo estipulado era por transporte aéreo. Por isso, foi necessário o apoio do helicóptero Águia.
A cirurgia para a retirada do coração ocorreu por volta de 14h, em Jaú, e o órgão chegou ao HC de Botucatu por volta das 17h levado por uma equipe médica e policiais militares.
Segundo o HC, cerca de 15 pessoas participaram do procedimento de transplante, que durou por volta de seis horas e foi realizado com sucesso.
O homem que recebeu o coração passou metade dos 40 dias de recuperação internado na UTI Coronariana. Seu estado de saúde é estável, e ele continuará sendo acompanhado regularmente no HC.
A identidade do paciente não foi informada para a reportagem. Em nota, o hospital afirmou que nesta quarta-feira o paciente agradeceu a equipe médica e aproveitou para lembrar a importância da doação de órgãos.
"Muito obrigado a todos que cuidaram de mim nesta etapa. Agradeço também a família do doador por esta nova chance, pois sem a autorização de todos eu não estaria indo pra casa hoje [quarta-feira>."
‘Dia histórico’
Para o médico Marcello Laneza Felício, coordenador do Programa de Transplante Cardíaco do HC de Botucatu, a alta do primeiro paciente transplantado de coração representa um "dia histórico” para o serviço.
"Hoje percebemos que mais importante que o dia da primeira cirurgia, é o dia da alta do primeiro paciente. É quando ele retoma sua rotina. Estamos orgulhosos por esse dia histórico”, disse Felício.
Há 40 dias em Jaú, além do coração, também foram retirados fígado, rins e pâncreas para doação. Devido ao sigilo médico, não foram informadas as identidades do paciente doador e dos beneficiados pelos órgãos.
O coração é um dos órgãos com o menor tempo de sobrevivência. Entre a retirada até o transplante, o prazo estipulado é de no máximo quatro horas, sendo um dos órgãos com menor tempo de durabilidade.