Uma reportagem divulgada pelo Jornal o Estadão nesta segunda-feira (15), destaca o estado de abandono das ferrovias da região Oeste Paulista. Confira:
Por Renée Pereira, Estadão Conteúdo
O setor de transportes coleciona empreendimentos abandonados. O setor ferroviário, por exemplo, chegou a ter 37 mil quilômetros (km) de trilhos, mas a falta de investimentos fez a malha encolher para 28 mil km. Nesse número, porém, estão trechos desativados, a exemplo das linhas paulistas de Pradópolis/Colômbia; Bauru/Tupã/Panorama; e Santos/Cajati.
Nesses ramais, os trilhos foram invadidos por mato e até pela população, que construiu às margens ou sobre as ferrovias. "Só em São Paulo, são cerca de 800 km de estradas de ferro que foram desativadas, abandonadas e degradadas”, diz José Manoel Ferreira Gonçalves, da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres diz que, mesmo não sendo usada, a malha deve ser mantida pela concessionária em condições de operação. Não é o que se vê, por exemplo, no trecho entre Santos e Cajati, no Vale do Ribeira. Segundo a ANTT, calcula-se que hoje dois terços da malha brasileira tenha tráfego. Ou seja, um terço da ferrovia – que significa 9 mil km – não é usada.
A concessionária Rumo, responsável pela malha paulista, disse que os ramais de Pradópolis/Colômbia e Bauru/Tupã/Panorama fazem parte da concessão assumida em 2015. Ela afirma que os dois trechos estão desativados desde 2006. "Com a prorrogação da concessão da Malha Paulista até 2058, serão viabilizados R$ 7 bilhões em investimentos. O plano prevê reativação dos ramais citados.” Já no trecho Santos/Cajati, diz a Rumo, estudos mostraram a inviabilidade do transporte de cargas em larga escala.
Como as ferrovias, outro projeto que foi abandonado e precisa de um novo destino é o BRT Transoeste, na capital fluminense. Inaugurada em 2012 com a presença do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a obra custou à prefeitura do Rio cerca de R$ 900 milhões. Hoje, das 125 estações, 22 estão desativadas.
Com: Estadão Conteúdo
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