HUM TUPÃ

No dia 1º de novembro Varpa irá completar 97 anos de fundação. Parte dessa história está presente no acervo com mais de 5 mil peças, do Museu dos Pioneiros "Janis Edbergs”. O acervo é formado por fotos, objetos pessoais dos primeiros imigrantes e equipamentos considerados avançados para a época. A tecnologia trazida pelos imigrantes letos era um avanço tecnológico para a região, que na época chegou a ser um dos primeiros locais no Estado de São Paulo a ter energia elétrica e edição de jornais e revistas. O museu apresenta a história dos primeiros imigrantes, seus costumes, hábitos e suas influências, seja na gastronomia, arquitetura, economia, saúde, educação, música e religiosidade. O museu recebe, atualmente, cerca de 200 visitantes por mês, segundo informações da Secretaria Municipal de Cultura. O Museu dos Pioneiros, em Varpa, é o que possui o maior acervo histórico do povo leto em todo o mundo, fora da Letônia.

Museu dos Pioneiros
Museu dos Pioneiros "Janis Edbergs”
Museu dos Pioneiros
Museu dos Pioneiros "Janis Edbergs”
Primeiro púlpito de Varpa foi este toco/Foto: Arquivo
Primeiro púlpito de Varpa foi este toco/Foto: Arquivo
Acervo online Mas vale lembrar que essa riqueza histórica ainda não pode ser visitada pela internet, porque o museu ainda não possui a tecnologia com plataforma de acervo online. Para ser implantada, a medida é burocrática e depende de convênios e autorização de órgãos estaduais. Melhorias Cabe ressaltar que a Secretaria Municipal de Cultura também estuda implantar melhorias no museu para garantir ainda mais segurança aos turistas e visitantes. Devido os focos de incêndios registrados na região, a prefeitura demonstrou preocupação em relação à preservação do acervo. A secretaria informou que um projeto de combate contra incêndio está sendo elaborado por técnicos da prefeitura e que poderá ser finalizado em breve. O museu dos pioneiros está aberto para visitações de quarta-feira a domingo, das 12 às 18 horas. Agendamentos para visitas podem ser realizados na Secretaria Municipal de Cultura pelo telefone (14) 3491-3015. História Enquanto Tupã foi fundada em 1929, Varpa nasceu em 1922, quando após a Primeira Guerra Mundial imigrantes deixaram a Letônia rumo ao Brasil em função do cerceamento à liberdade de culto imposto pelo regime bolchevista. Eles eram unidos e, os que cá chegaram, eram predominantemente religiosos batistas. A saga foi tamanha que, segundo registros da história local, os imigrantes desembarcavam da Europa no Porto de Santos e, depois de 22 horas viajando pela Estrada de Ferro Sorocabana, desciam na estação Sapezal, em Paraguaçu Paulista, e caminhavam 31 quilômetros pela mata até chegarem à colônia. Primeiro vieram dois para comprar as terras e decidiram que ali, ao lado do Rio do Peixe, seria formada a comunidade. Depois vieram os outros. Eram mais de 2.400 imigrantes letos criando uma comunidade em sistema de cooperativa. Eles desbravaram a mata, construíram as casas com arquitetura europeia e eram autossuficientes. Inclusive com energia elétrica proveniente de um sistema ligado à queda d’água existente no local. Construíram uma Igreja Batista onde cabia mais de mil pessoas sentadas, chegando a ser a maior da América do Sul à época. Falavam exclusivamente o leto, até que a ditadura militar instalou lá uma escola oficial e obrigou o uso da língua portuguesa. Depois do seu auge autossuficiente, principalmente na década de 1930, a criação de Tupã e a falta de opções profissionais e educacionais levaram os descendentes a irem deixando a cidade nos anos seguintes. Dos mais de 2,4 mil habitantes que o distrito chegou a ter no seu apogeu, hoje estão por lá cerca de 800, grande parte deles descendentes diretos dos letos que escolheram aquele pedaço de chão para viver. E estes também escolheram ficar e manter viva a cultura trazida para cá. No distrito ainda há traços da arquitetura europeia implantada em meados da década de 1920, ainda há culinária típica e a Corporação Evangélica Palma se tornou a Fazenda Palma, responsável pela restauração de antigos barracões de madeira, conservando seus traços originais, transformados em alojamentos. Lá tem queda d água e uma paisagem incrível, cercada por mata fechada e opções de trilhas. Um dos fundadores da comunidade recolheu objetos utilizados pelos imigrantes ao longo do tempo e que formam hoje o Museu "Janis Edbergs”, que leva o seu nome. A gastronomia local também é alvo de muita visitação. Em Varpa existem alguns apiários que vendem mel puro, com destaque ainda para o Rancho dos Defumados. Paisagens O distrito também é bastante procurado para ensaios fotográficos e atrai, principalmente casais. A arquitetura que apresenta traços da cultura leta chama atenção e as paisagens de árvores históricas também reforça os encantos do local.
A arquitetura que apresenta traços da cultura leta chama atenção/Foto: Adilson Júnior
A arquitetura que apresenta traços da cultura leta chama atenção/Foto: Adilson Júnior
As paisagens de árvores históricas também reforça os encantos do local/Foto: Adilson Júnior
As paisagens de árvores históricas também reforça os encantos do local/Foto: Adilson Júnior
Varpa completa 97 anos em 1º de novembro
Varpa completa 97 anos em 1º de novembro

Com informações Jornal Diário

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