Paineira Tupã

A carne bovina está até 50% mais cara e a maior procura por outros tipos de proteína animal já está pressionando os preços de outros alimentos, como cortes suínos e de frango. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), estas carnes já registram alta de 10% a 20% nas prateleiras, uma oscilação esperada dentro da lei de oferta e procura. "A demanda cresceu porque, inevitavelmente, o consumidor já está substituindo a carne bovina por produtos mais baratos. Os supermercados seguraram as altas até a renovação dos estoques, mas eles não são muito grandes, porque os produtos são perecíveis", pontua o vice-presidente da Apas, Erlon Godoy Ortega. Ele comenta, por exemplo, que o quilo de filé de frango pode ser encontrado a R$ 12,00 nos supermercados, enquanto o contrafilé bovino, que custava cerca de R$ 29,00 há um mês, está sendo vendido atualmente a uma média de R$ 45,00. "Os cortes para bife, mais procurados, foram o que tiveram maior aumento. É o caso do coxão mole, coxão duro e o contrafilé". Quanto à carne suína, outro fator que também colabora para a alta é a contagem regressiva para o fim do ano, quando as famílias brasileiras começam a se preparar para as ceias de Natal e Ano Novo. Já a disparada no preço da carne bovina é efeito direto da peste suína que atingiu a produção da China. Na tentativa de compensar parte da queda do seu rebanho suíno, o país asiático elevou as importações de proteína animal de vários fornecedores. E o Brasil, considerado um dos maiores exportadores do mundo de carne bovina, passou a atender à demanda dos chineses, onde o produto é melhor remunerado, com consequente redução da oferta no mercado nacional. PRÓXIMOS MESES Para se ter ideia, as exportações de carne bovina brasileira para a China deram um salto de 62% no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2018. Além desta demanda, o diretor do Sindicato Rural de Bauru, José Maurício Lima Verde Guimarães, destaca que a disparada de preços da carne bovina contou com uma conjunção de fatores. "Também estamos em uma entressafra de pastagem, por conta do período de seca. Nesta época, a maior quantidade de gado é confinado", acrescenta. Além disso, houve a recomposição recente no valor da arroba do boi, que não era reajustado há mais de três anos. De acordo com Guimarães, contudo, o custo da carne bovina ao consumidor chegou ao limite e não há previsão de novas altas. Por outro lado, ele e Ortega pontuam que os preços, quando caírem, dificilmente voltarão aos patamares anteriores. "Acredito que não haverá qualquer alteração significativa durante o mês de dezembro, mas, em janeiro, os preços tendem a estabilizar. Porém, como o custo dos produtores cresceu diante da alta da arroba e há uma deficiência de reposição de boi gordo, os preços não vão cair tão rápido", completa o diretor do sindicato.

JC Net

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