Moradores reclamam após terem árvores de casa podadas pela prefeitura

Moradores de Tupã não estão contentes com as podas efetuadas pela prefeitura, das árvores defronte às suas residências.

Uma moradora publicou em suas redes sociais fotos que mostram que parte da árvore foi cortada, segundo ela, sem sua autorização.

O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, José Rodrigues, o "Zé Vinagre", deu entrevista ao programa Rotativa no Ar da Rádio Nova Tupã sobre o caso. Ele explicou que a poda foi necessária devido às obras de recape que irão começar nestes locais. "Os maquinários têm que passar beirando a guia. Estas máquinas têm quase 3 metros de altura e não conseguirão fazer o trabalho se as árvores tomarem o espaço e enroscarem nos maquinários, disse. De acordo com ele, cerca de 38 ruas já tiveram as árvores podadas parcialmente e os proprietários estariam sendo comunicados. "A população tem recriminado bastante, mas nós temos comunicado os proprietários. Alguns ficam bravos, alguns entendem, mas não é culpa nossa. Ou fazemos o recapeamento ou então a árvore fica lá e o buraco também", comentou Zé Vinagre. O secretário também disse que em cerca de 90 dias, as árvores voltam a crescer e a ornamentação se completa novamente. Desmatamento Urbano As podas acontecem em meio a uma grande discussão que existe na cidade acerca da quantidade de árvores que já foram cortadas nos últimos anos. Recentemente, o Clube da Árvore denunciou ao Jornal Diário desmatamento urbano. Segundo levantamento realizado pelo grupo, no ano de 2019 exatamente 718 árvores foram podadas no município, com autorização da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente. "O comparativo dos locais que tiveram as árvores suplantadas foi observado pelo grupo, com base nos dados obtidos pela plataforma Google Earth entre os anos de 2011 e 2019. Essas árvores foram cortadas em qualquer momento no período de 2011 e 2019. Porém, mesmo que tivessem recebido autorização para serem cortadas, o que acontece na extrema maioria dos casos, outra árvore deveria ter sido plantada no local”, afirmou o Clube da Árvore, em nota. "Mas vemos pelas fotos que isso não aconteceu”, destacou. O levantamento realizado registrou a extração de árvores em pelo menos 30 pontos da cidade. O Clube da Árvore destacou que a prefeitura está sem fiscalização na Secretaria de Meio Ambiente para acompanhar a extração das árvores, realizadas sem autorização do poder público. "A pessoa tira a árvore, não planta e não acontece nada. Teria que ter multa. Tem aqueles que fazem a poda drástica e, por não ter fiscalização, não acontece nada”, afirmou. a prefeitura justificou que não pode mais contratar funcionários, até mesmo para realizar as fiscalizações, porque já atingiu o limite legal de gastos com a folha de pagamento. "Mas é possível fazer um convênio com a Polícia Ambiental para que ela faça a fiscalização”, afirmou o Clube da Árvore. A nota ainda explica que parte das podas drásticas ocorreu em novos loteamentos - não em passeios públicos -, sendo tiradas do local para a abertura das ruas. O Clube da Árvore destacou que é lei desde a criação do Plano Diretor, no ano de 2009, o plantio de árvores nas calçadas de bairros onde não há fiação elétrica e quando a calçada for larga. "É necessário que fique pelo menos 1,20 m livre na calçada para o pedestre”, explicou. A lei de arborização de 2013 diz que todo imóvel que for construído só receberá o habite-se se tiver uma árvore na calçada.