O governo estuda colocar todo o Estado na fase vermelha do Plano São Paulo nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e nos dias 1, 2 e 3 de janeiro para tentar conter o avanço de casos de covid-19. A decisão final será tomada em uma reunião do Centro de Contingência com o secretários, na manhã desta terça-feira, no Palácio dos Bandeirantes.
Com a medida, somente comércios essenciais (como padarias, mercados e farmácias) poderão funcionar nesses dias entre o Natal e o réveillon. Bares e restaurantes, por exemplo, não poderão abrir as portas.
Já está definido, e será anunciado nesta terça-feira, que a região de Presidente Prudente retornará amanhã para a fase vermelha, a mais restritiva, por causa do avanço nos casos e da falta de leitos de UTI. Só hoje houve a confirmação de mais nove casos na cidade de Presidente Prudente – há ainda 73 pessoas hospitalizadas e um total de 182 mortes.
Também será anunciado que durante o mês de janeiro haverá uma "trava” que impedirá que as regiões passem para a fase verde, que é mais branda nas medidas de isolamento. Além disso, o governo estadual destaca que os prefeitos poderão ser mais restritivos, com base na situação local e seguindo decisões do Supremo Tribunal Federal.
A decisão demonstra a preocupação da área da Saúde com o avanço de registros. Entre março e junho, as restrições estaduais só aumentaram, até que houve o início de uma flexibilização. Em 21 de agosto, o Estado comemorou o fato de não ter nenhuma área no vermelho nos 645 municípios paulistas. Mas a partir de setembro houve nova mudança no quadro.
Nos bastidores, a ala mais política se mostra, desde o mês passado, receosa quanto a ampliar restrições. Já a área da Saúde e o Centro de Contingência defendem retomar vetos, para tentar mudar a curva de óbitos e registros, que é ascendente.
O Estado de São Paulo registrou 45.136 óbitos e 1.388.043 casos do novo coronavírus – com 1.222.776 pessoas recuperadas. Oficialmente, as taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 66,9% na Grande São Paulo e de 61,8% no Estado. O número de pacientes internados é de 10.856, sendo 6.146 em enfermaria e 4.710 em unidades de terapia intensiva. Já no País, foram relatadas mais 549 mortes, chegando ao total de 187.322 óbitos na pandemia, conforme dados do consórcio da imprensa. A média móvel de mortes é de 769, igualando 18 de setembro.
Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo
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