Santa catarina

A greve dos bancários, que começou na última terça-feira, dia 6, em todo o Brasil, segue nesta quarta-feira, dia 14, em seu sétimo dia. Na região de Tupã, o movimento atinge praticamente 100% da categoria, segundo levantamento do Sindicato dos Bancários de Tupã e Região, cuja abrangência vai de Pompeia até Panorama. Em reunião na tarde desta terça-feira (13), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não apresentou proposta, e o Comando Nacional dos Bancários decidiu manter a greve da categoria. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, haverá nova reunião hoje, a partir das 16 horas. "Os bancos chamaram para uma negociação e não apresentaram nenhuma nova proposta para a categoria nesta terça-feira [13>, um desrespeito com os trabalhadores e a população. Eles insistem em impor reajuste abaixo da inflação, com perda real. Cobramos também que parem com as demissões. Nossa greve vai crescer, a cada dia, porque sabemos que nossas reivindicações podem ser atendidas pelo setor mais lucrativo do país", disse a presidenta do sindicato, Juvandia Moreira. Em nota, a Fenaban confirmou não ter apresentado nova proposta aos bancários. Segundo a federação, a rodada de negociação de hoje discutiu possibilidades a serem avaliadas para um acordo. Na última sexta-feira (9), a Fenaban ofereceu aos bancários reajuste de 7% nos salários e benefícios e abono de R$ 3,3 mil, a ser pago 10 dias após a assinatura do acordo. "A nova proposta resulta numa remuneração superior à inflação prevista para os próximos 12 meses, com ganho expressivo para a maioria dos bancários". Entre as principais reivindicações da categoria estão reajuste salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real e 9,31% de correção da inflação; participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 8.297,61; piso salarial de R$ 3.940,24; vales-alimentação, refeição, décima-terceira cesta e auxílio-creche/babá no valor do salário-mínimo nacional (R$ 880); 14º salário; fim das metas abusivas e assédio moral; combate às terceirizações e à precarização das condições de trabalho; mais segurança nas agências bancárias e auxílio-educação. Os bancários também reivindicam a ampliação das contratações, o fim dos cortes e fechamento de postos de trabalho. No primeiro semestre deste ano, foram demitidos 7 mil trabalhadores do setor em todo o Brasil, segundo dados da categoria. Em todo o país, cerca de 500 mil funcionários atuam no setor, que obteve lucro líquido de R$ 30 bilhões em seis meses, conforme estimativa do sindicato, que leva em conta o faturamento dos cinco maiores bancos do país. Em Tupã, todos os bancos aderiram a mobilização nacional. Contas Durante a greve dos bancários os consumidores devem procurar meios alternativos para pagar suas contas. Segundo a Proteste Associação de Consumidores, a greve não pode ser motivo para protelar pagamentos. Os prazos de vencimento das contas continuam valendo, sendo que multas e juros poderão ser cobrados. Quem tem conta para pagar e não dispõe de cartão para uso do caixa eletrônico, pode recorrer às agências lotéricas e até lojas de departamentos que aceitam a quitação de diversas contas. Mas o cliente que precisa sacar dinheiro na boca do caixa deve entrar em contato com o banco, por telefone, e solicitar uma alternativa, orienta a associação. Quem movimenta a conta pela internet ou nos caixas eletrônicos não deve ser afetado pela paralisação, pois esses serviços devem continuar a funcionar normalmente. Para as pessoas que têm contas a pagar de tarifas públicas, como água, telefone e energia, é aconselhável ligar para as empresas e negociar uma forma de pagamento. A Proteste lembra que essas contas podem ser quitadas em qualquer banco, já que o cálculo de taxas de multas (se já tiver vencido a data de pagamento) é acordado com a própria empresa que presta o serviço. O serviço de compensação bancária é considerado atividade essencial pela legislação brasileira e não pode sofrer qualquer paralisação. Portanto, cheques e DOCs devem ter a compensação nos prazos normais. A Proteste também lembra que o consumidor está amparado pelo Código de Defesa do Consumidor para responsabilizar o estabelecimento somente nos casos em que for penalizado com cobrança de multa e juros quando não tiver, de forma alguma, como fazer o pagamento em consequência da greve. Nesse caso, o cliente deve formalizar a reclamação por meio de uma carta ao banco, aos cuidados do gerente, relatando os fatos e requerendo as providências cabíveis. Além disso, acrescenta a Proteste, o consumidor poderá registrar uma queixa no Banco Central e procurar os órgãos de defesa do consumidor.

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