O médico Júlio Suga é um dos pioneiros da medicina de Tupã. Depois de 58 anos trabalhando no diagnóstico e na cura das mais diversas moléstias, e hoje já aposentado, ele se diz assustado com a letalidade desse novo vírus da Covid-19 que está se disseminando de uma forma muito rápida e matando muita gente no mundo todo.
Na sua longa trajetória na medicina ele diz que enfrentou vários surtos e epidemias e no caso dos vírus, o soro sempre foi um excelente curativo, porque traz na sua composição os anticorpos necessários que vão ajudar o próprio organismo a combater a doença.
E ele diz não entender porque a Anvisa não autoriza logo o uso do soro obtido a partir do plasma sanguíneo de cavalos para combater os efeitos mais graves da Covid-19.
Júlio Suga diz que na história da medicina o soro sempre foi muito importante no enfrentamento de surtos de vírus e bactérias e o Instituto Butantan é um nome reconhecido internacionalmente na elaboração e fabricação de soros a partir de animais.
Ele entende que a melhor maneira de combater a pandemia é a vacinação, mas enquanto ela não chega para a população como um todo, o soro pode ser um alívio e uma forma de diminuir o número de mortes.
O soro do Butantan
Na corrida para atenuar a tragédia que o País vive com o avanço da Covid-19, que já matou perto de 300 mil pessoas em um ano de pandemia, o Instituto Butantan enviou para a Anvisa pedido para testar um soro anticovid em humanos.
O objetivo é amenizar os sintomas da doença em pessoas já infectadas. Ana Marisa Chudzinski Tavassi, diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação do Instituto Butantan, afirma que a colaboração com a USP permitiu que estudos sobre os efeitos do vírus inativado no corpo fossem conduzidos.
Com base nesses estudos, o instituto passou a trabalhar com a possibilidade de desenvolver o soro, já que não existem antivirais específicos contra o coronavírus. O objetivo é "oferecer a alguém que já está infectado um anticorpo pronto", afirma Ana. "A ideia é tratar pacientes hospitalizados", completa. Segundo a diretora, os soros têm atividade rápida, o que auxiliará na diminuição da gravidade da doença.
Após os testes iniciais em células, a Anvisa sugeriu um ensaio pré-clínico em animais, que também foi conduzido pelo Butantan em colaboração com a USP. "O resultado mais importante foi que, um dia depois do tratamento com esse soro, já havia uma diminuição muito importante da carga viral nos pulmões dos animais e a preservação das estruturas do pulmão", explica Ana.
"O soro é um recurso fantástico porque você produz anticorpos contra as várias proteínas do vírus", diz. As análises ainda estão em andamento, mas, por conta dessa abrangência, a perspectiva é que o soro, produzido em cavalos, possa ser eficaz inclusive contra as novas variantes do coronavírus.
A pesquisadora afirma que tanto o Butantan quanto a Anvisa estão comprometidos em conduzir os estudos da maneira mais rápida possível. Assim que a agência der o aval, os ensaios clínicos começarão imediatamente.
Diário Tupã
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