
A ponte que liga Tupã a Quatá, no interior paulista, foi reaberta nesta terça-feira, 12, após mais de três anos interditada. A estrutura anterior foi destruída em março de 2022, quando fortes chuvas romperam a barragem da Represa do Balneário de Quatá. A nova ponte, com 50 metros de extensão, cruza o Ribeirão Água Bonita e recebeu investimento de R$ 6,8 milhões, segundo a Prefeitura de Quatá.
O bloqueio prolongado ocorreu por falta de recursos municipais para a reconstrução, o que obrigou a busca por verba estadual. Mesmo com o dinheiro liberado, as obras sofreram paralisações e ajustes contratuais com a empreiteira. No temporal que causou a destruição, choveu 212 milímetros em três horas, derrubando as duas cabeceiras.
Em março de 2023, moradores organizaram um protesto inusitado: festa com bolo e churrasco para marcar um ano de interdição. O secretário de Planejamento, Obras e Desenvolvimento, Jorge Luiz Bedim Cardoso, afirmou que a demora se deveu ao cumprimento de exigências legais e à fiscalização estadual.
“A Prefeitura de Quatá também gostaria de ter liberado antes isso, mas a grande realidade é que a gente precisa seguir estritamente a lei. No poder público, a gente precisa seguir estritamente a lei e cobrar através dos meios corretos. Foi seguindo a lei de licitação, seguindo os contratos da prefeitura como co-fiscalizadora do estado, fazendo toda essa fiscalização, que conseguimos hoje fazer a liberação da ponte”, disse.
O histórico inclui um acidente fatal em 2022, quando um motorista caiu no buraco deixado pela ponte. Moradores apontaram falha na sinalização. Cardoso declarou que houve sinalização desde o início:
“Olha, é claro que a gente se solidariza com todas as vítimas que tivemos aqui, mas, desde o primeiro dia, quando caiu a ponte, nós tomamos todos os cuidados de fazer, sim, toda a sinalização aqui. Nós acabamos de tirar agora as sinalizações que tinham no local. Claro que a gente sempre pode melhorar algo, mas a gente conseguiu provar, inclusive em alguns processos, que a gente fez essa sinalização, e o poder público atuou como era de se esperar nesse âmbito.”
Produtores rurais afirmam que a reabertura deve reduzir custos e melhorar o escoamento de safras. Um agropecuarista relatou que, no período de interdição, percorria até 20 km a mais para atravessar o ribeirão, o que elevava o preço do frete.
“A gente tem a propriedade do outro lado ali. Por causa de 500 metros, você tinha que pagar 18, 20 km a mais de frete. Os motoristas não queriam ir por causa da estrada ruim. Agora vai ser muito bom, vai ajudar muito”, afirmou.
Segundo ele, a retomada da travessia beneficiará toda a produção agrícola e pecuária da região:
“Sim, com certeza. Tem uma grande empresa ali atrás também, a Granja, tem os produtores agropecuaristas, gado, mandioca, batata, a região tem bastante pequeno produtor, então vai ajudar bastante.”