Mais 26 casos de sífilis foram confirmados este ano em Tupã
18/08/2017 Ambulatório de Moléstias Infecciosas de Tupã oferece teste rápido para detecção da doença
A Sífilis é uma doença sexualmente transmissível que se não tratada pode comprometer o sistema nervoso central, o sistema cardiovascular, além de órgãos como olhos, pele e ossos. Em Tupã, segundo o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), nos últimos quatro anos foram notificados 94 casos de sífilis.
Já em 2017 foram registrados 26, número preocupante, de acordo a coordenadora do Programa Municipal de DST/AIDS e Hepatites Virais de Tupã, Anaille Virginia Genovez Michelotti. Ela explica que as causas para o aumento recente dos casos ainda estão em investigação, mas algumas mudanças comportamentais ajudam a entender por que a bactéria voltou a causar medo.
"Um dos principais motivos é, ironicamente, o fato de a AIDS ter deixado de assustar. Com o sucesso dos tratamentos antirretrovirais, que afastaram da doença o rótulo de fatal, as gerações mais jovens relaxaram nos hábitos de prevenção".
A sífilis é transmitida através do contato íntimo desprotegido, sem camisinha, com uma pessoa contaminada com a doença. O contato direto com uma ferida é responsável por cerca de 95% dos casos de sífilis. "A doença também passa de mãe para filho durante a gravidez e com o contato direto com o sangue contaminado", conta Anaile.
Segundo a coordenadora do programa municipal de DST/AIDS, a sífilis tem cura, mas é preciso tratá-la com antibióticos apropriados para se livrar da bactéria "Treponema Pallidum" e fazer uso correto da medicação conforme prescrição médica.
Diagnóstico
Os sintomas da sífilis costumam ser muito similares a sintomas de outras doenças, por isso o médico deve realizar exames específicos para conseguir fazer o diagnóstico, como cultura de bactérias a partir de uma secreção expelida por alguma ferida presente no corpo, punção lombar exame de sangue se houver a suspeita de que o paciente está com complicações neurológicas causadas pela sífilis, ou ainda, um exame de sangue.
O Ambulatório de Moléstias Infecciosas de Tupã oferece gratuitamente um teste rápido para a detecção da doença. "Se você for diagnosticado com sífilis, é importante notificar ao seu parceiro ou parceira para que ele ou ela possa também realizar os exames necessários. Se der positivo, quanto antes o tratamento for iniciado, melhor", orienta a enfermeira.
Para realizar o teste rápido, basta agendar pelo telefone (14) 3491-5640 ou procurar diretamente na Rua Cherentes, 951. Não é necessário jejum. A sífilis desenvolve-se em diferentes estágios, e os sintomas variam conforme evolui. No entanto, as fases podem se sobrepor umas às outras. Os sintomas, portanto, podem seguir ou não uma ordem determinada. Geralmente, a doença evolui pelos seguintes estágios: primário, secundário, latente e terciário.
Tipos de sífilis
A sífilis primária é o primeiro estágio. Cerca de duas a três semanas após o contágio, formam-se feridas indolores. Não é possível observar as feridas ou qualquer sintoma, principalmente se as feridas estiverem situadas no reto ou no colo do útero. As feridas desaparecem em cerca de quatro a seis semanas depois, mesmo sem tratamento. A bactéria torna-se dormente no organismo nesse estágio.
A sífilis secundária acontece cerca de duas a oito semanas após as primeiras feridas se formarem. O paciente pode apresentar dores musculares, febre, dor de garganta e dificuldade para deglutir. Esses sintomas geralmente somem sem tratamento e a bactéria fica inativa. Além desses sintomas, pode se manifestar por uma vermelhidão na pele, presença de íngua e pelo aumento do fígado e do baço.
Já Sífilis latente é o período correspondente ao estágio inativo da sífilis, em que não há sintomas. Esse estágio pode perdurar por anos sem que a pessoa sinta nada. A doença pode nunca mais se manifestar no organismo, mas pode ser que ela se desenvolva para o próximo estágio, o terciário – e mais grave de todos.
Na Sífilis congênita, a mãe infectada transmite a doença para o bebê, seja durante a gravidez, por meio da placenta, seja na hora do parto. A maioria dos bebês que nasce infectado não apresenta nenhum sintoma da doença. No entanto, alguns podem apresentar rachaduras nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Mais tarde, a criança pode desenvolver sintomas mais graves, como surdez e deformidades nos dentes.
A Sífilis terciária aparece em pessoas que não conseguiram combater a doença na sua fase secundária ou que não fizeram o tratamento adequado. Neste estágio, a sífilis é caracterizada por sintomas como lesões na pele, problemas em órgãos internos, dor de cabeça constante e até delírios e alucinações. Os sintomas costumam surgir depois de 10 a 30 anos da infecção inicial. Por isso, para evitar complicações deve-se fazer o tratamento logo após o surgimento dos primeiros sintomas.
"Como se trata de uma doença silenciosa, muitas pessoas podem passar anos sem saber que estão infectadas por não apresentarem sintomas, o que faz com que a transmitam para outros sem saber. É importante usar preservativos em todas as relações e realizar o teste mesmo sem apresentar nenhum sintoma", finaliza Anaile.
Ambulatório de Moléstias Infecciosas funciona na rua Cherentes, 951